Ocupar a Monsanto

Por AS-PTA.

(Português/Español).

O novo movimento Occupy Monsanto, uma ramificação do Occupy Wall Street, está convocando pessoas e organizações de todo o mundo a fazer parte de um dia internacional de protestos em 17 de setembro, quando o movimento Occupy Wall Street completará um ano. O grupo demanda, entre outros, a rotulagem obrigatória de alimentos contendo ingredientes transgênicos (que não existe nos EUA) e que não sejam aprovados novos cultivos transgênicos desenvolvidos para tolerar aplicações de herbicidas altamente tóxicos (como é o caso da soja tolerante ao 2,4-D, já em testes no Brasil).

“Goste você ou não, é provável que a Monsanto tenha contaminado a comida que você comeu hoje com agrotóxicos e transgênicos. A Monsanto controla a maior parte do suprimento global de alimentos às custas da democracia alimentar ao redor do mundo”, diz o site do movimento.

Na última terça-feira (20/03), manifestantes do Occupy Monsanto colocaram faixas em 13 passarelas sobre rodovias que cruzam a cidade de St. Louis, nos EUA, onde está a sede da empresa. Elas traziam dizeres como “O FDA* está contaminado pela Monsanto”, “Biorrisco Genético: Defenda-se”, “99% vs. Mon$anto” e “Presidente da Monsanto = Milionário; Consumidor da Monsanto = Rato de Laboratório”. No gramado em frente à sede mundial da empresa uma faixa dizia: “Sr. Presidente, rotule os alimentos transgênicos. Com amor, Michelle”, em referência à primeira dama. Até o meio-dia de terça-feira todas as faixas haviam sido removidas por autoridades locais.

O protesto aconteceu um dia após a realização de uma marcha pelo centro de St. Louis e alguns dias depois de terem sido realizadas manifestações contra a companhia em cerca de 30 cidades americanas e em várias outras partes do mundo, incluindo a Espanha, Alemanha, Nova Zelândia, Austrália, Japão e Canadá.

No fim de semana anterior, 150 manifestantes do movimento fecharam a unidade de pesquisa da empresa em Davis, na Califórnia. Na ocasião, a Monsanto disse aos seus funcionários que eles não precisavam ir trabalhar devido a preocupações com relação à segurança em função dos protestos.

E os recentes protestos contra a gigante da biotecnologia não começaram por aí. No final de fevereiro, a polícia americana prendeu 12 manifestantes que estavam em frente aos escritórios da Monsanto em Washington participando do “dia nacional de solidariedade”. Dois dias antes, uma ação judicial contra a empresa movida por um grupo de agricultores fora rejeitada. O grupo pedia a invalidação de patentes agrícolas da empresa, alegando o receio de que as sementes patenteadas aparecessem em suas lavouras (via contaminação). O protesto era realizado em solidariedade e em conjunto com o dia nacional de ação contra o Conselho Americano de Intercâmbio Legislativo (ALEC, na sigla em inglês), organização de lobby que defenda a criação de incentivos fiscais para as corporações.

A Monsanto é a líder mundial de sementes transgênicas, e os vem conseguindo impor em uma série de países a despeito de crescentes evidências dos efeitos danosos que provocam sobre o meio ambiente e a saúde. Via de regra, a empresa bloqueia os esforços em prol da rotulagem dos alimentos contendo ingredientes transgênicos. Também é famosa por articular a perseguição de cientistas que publicam estudos demonstrando efeitos danosos provocados por transgênicos e agrotóxicos. A própria pesquisa independente tem sido comumente inviabilizada, pois a empresa usa a legislação de patentes para negar a utilização de seus produtos em experimentos científicos. Ela também tem tornado os agricultores reféns de suas sementes (e agrotóxicos de uso associado): detendo a maior parte do mercado de sementes, a empresa vai gradualmente eliminando a oferta de sementes convencionais não patenteadas. Como se não bastasse, é prática da multinacional processar os agricultores cujas lavouras são contaminadas pelos seus transgênicos – eles são acusados de violação de direitos de patente.

Como se vê, já passa da hora de se articular um grande movimento internacional buscando frear o domínio da Monsanto sobre nossos sistemas agrícolas e alimentares. Ocupar a Monsanto, aí vamos nós!

* Food and Drug Administration, órgão do governo dos EUA que regulamenta os alimentos e medicamentos.

Com informações de:

– Occupy Monsanto – International Action Against Genetic Biohazards.

– Banners, more protests against Monsanto – Stltoday.com, 20/03/2012.

– US police arrest 12 Occupiers on national day of solidarity – PressTV, 29/02/2012.

– Monsanto protested after class-action lawsuit is dismissed – Blog Post/The Washington Post, 29/02/2012

Fonte: http://aspta.org.br

Ocupar la Monsanto

El nuevo movimiento Occupy Monsanto, una ramificación de Occupy Wall Street, está convocando a personas y organizaciones de todo el mundo a hacer parte de un día internacional de protestas el 17 de septiembre, cuando el movimiento Occupy Wall Street cumplirá un año. El grupo demanda, entre otros puntos, el etiquetado obligatorio de los alimentos que contenien ingredientes transgénicos (que no existen en Estados Unidos) y que no sean aprobados nuevos cultivos transgénicos desarrollados para tolerar aplicaciones de herbicidas altamente tóxicos (cómo es el caso de la soja tolerante al 2,4-D, ya en pruebas en Brasil).

“Le guste o no, es probable que la Monsanto haya contaminado la comida que usted comió hoy con agrotóxicos y transgénicos. La Monsanto controla la mayor parte de la reserva global de alimentos a costa de la democracia alimenticia del mundo”, dice la web del movimiento.

El último martes (20/03), manifestantes del Occupy Monsanto colocaron carteles en 13 lugares de las carreteras que cruzan la ciudad de St. Louis, en los Estados Unidos, donde está la sede de la empresa. En ellos se podían leer frases como “El FDA (1) está contaminado por la Monsanto”, “Bioriesgo Genético: Defiéndase”, “99% vs. Mon$anto” y “Presidente de la Monsanto = Millonario”; “Consumidor de la Monsanto = Ratón de Laboratorio”. En el césped situado al frente de la sede mundial de la empresa un manta decía: “Sr. Presidente, etiquete los alimentos transgénicos. Con amor, Michelle”, en referencia a la primera dama. Hasta el mediodía del martes, todos los carteles habían sido retirados por las autoridades locales.

La protesta se llevó a cabo un día después de una marcha que recorrió el centro de St. Louis y algunos días después de que se realizaran manifestaciones contra la compañía en cerca de 30 ciudades americanas y en otras partes del mundo, incluyendo España, Alemania, Nueva Zelanda, Australia, Japón y Canadá.

El fin de semana anterior, 150 manifestantes del movimiento cerraron la unidad de investigación de la empresa en Davis, en California. En esa ocasión, la Monsanto dijo a sus empleados que no vayan a trabajar debido a las preocupaciones relacionadas con el problema de seguridad ocasionado por las protestas.

Las recientes protestas contra la gigante de la biotecnología no comenzaron ahí. A finales de febrero, la policía americana apresó 12 manifestantes que estaban frente a las oficinas de la Monsanto en Washington participando en el “día nacional de solidaridad”. Dos días antes, una acción judicial contra la empresa interpuesta por un grupo de agricultores fue rechazada. Ellos pedían la invalidación de las patentes agrícolas de la empresa, manifestando el temor de que las semillas patentadas aparecieran en sus cultivos (vía contaminación). La protesta se realizó en solidaridad y en conjunto con el día nacional de acción contra el Consejo Americano de Intercambio Legislativo (ALEC, en la sigla en inglés), una organización lobbysta que defiende la creación de incentivos fiscales para las corporaciones.

La Monsanto es líder mundial de las semillas transgénicas, y ha conseguido implantarse en una serie de países pese a las crecientes evidencias de los efectos dañinos que provocan sobre el medioambiente y la salud. Por regla general, la empresa bloquea los esfuerzos para etiquetar los alimentos que contienen ingredientes transgénicos. También es famosa por articular la persecución de científicos que publican estudios que demuestran los efectos dañinos provocados por transgénicos y agrotóxicos. La propia investigación independiente ha sido permanentemente obstaculizada, pues la empresa usa la legislación de patentes para negar la utilización de sus productos en experimentos científicos. Ella también ha convertido a los agricultores en rehenes de sus semillas (y agrotóxicos de uso asociado): al controlar la mayor parte del mercado de semillas, la empresa gradualmente va eliminando la oferta de semillas convencionales no patentadas. Como si esto no fuera suficiente, la multinacional procesa a los agricultores cuyos cultivos son contaminados por sus transgénicos acusándolos de violar los derechos de patente.

Por lo que se ve, ha llegado la hora de articularse en un gran movimiento internacional para frenar el dominio de la Monsanto sobre nuestros sistemas agrícolas y alimenticios. ¡Ocupar la Monsanto, esa es la vía que apoyamos nosotros!

(1) Food and Drug Administration, órgano del gobierno de los Estados Unidos que reglamenta los alimentos y medicamentos.

Con informaciones de:

– Occupy Monsanto – International Action Against Genetic Biohazards.

– Banners, more protests < span lang=”en-US”>against Monsanto – Stltoday.com, 20/03/2012.

– US police arrest 12 Occupiers on national day of solidarity – PressTV, 29/02/2012.

– Monsanto protested after class-action lawsuit is dismissed – Blog Post/The Washington Post, 29/02/2012.

AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia

Boletim Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos, Número 578 – 23 de março de 2012 http://aspta.org.brhttp://aspta.org.br

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