Observatório dá visibilidade a crianças em situação de pobreza

Plataforma digital reúne dados sobre a primeira infância para que políticas públicas e governos tenham mais atenção em relação à faixa etária que representa o futuro do país

Crianca em lixão em Natal. Foto João Roberto Ripper

Combater a vulnerabilidade das crianças no país é um desafio para governos e suas política públicas. O cenário é dramático, avaliam os especialistas da área. Quase 48% das crianças vivem na pobreza, considerando a faixa etária da primeira infância, de zero a seis anos. Uma das formas de luta pelos direitos da criança é dar visibilidade a esse problema.

Foi com esse espírito que foi lançada nesta quinta-feira (8) a plataforma digital ‘Observatório do Marco Legal da Primeira Infância’, com dados de abrangência nacional. O site foi articulado pela Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) e a Andi Comunicação e Direitos.

A plataforma oferece um conjunto de 44 indicadores sobre a primeira infância no Brasil, sendo que cada indicador permitirá visualizar séries históricas (de 2016 ao ano mais recente), comparações entre entes federativos (em nível nacional, regional, estadual e municipal) e desagregações por aspectos socioeconômicos.

O observatório é considerado uma plataforma inovadora para o monitoramento das políticas públicas para as crianças em situação de pobreza no Brasil. Ela servirá para identificar a desigualdade e vulnerabilidade dessas crianças, e pode ser acessada por gestores públicos e todas as pessoas interessadas na temática da primeira infância.

A primeira infância, entre zero e seis anos, é fundamental para o desenvolvimento físico e mental. Por isso, é tão importante os pais e o poder público darem atenção é esse período que pode determinar o futuro de uma pessoa, como mostra reportagem de Jô Myiagui, no Seu Jornal, da TVT.

Números preocupantes

“Os benefícios criados nesse momento nessa faixa que vai de zero a seis anos vão se estender ao longo de toda a vida daquele ser humano”, afirma o consultor da RNPI e Andi, Veet Vivarta. Mas no Brasil a situação da primeira infância é dramática. Quase 48% vivem na pobreza. No Nordeste, esse índice chega a 69%. Se o recorte for racial, 59% das crianças negras são pobres, ante 34% das brancas.

“São 44 indicadores no observatório e cada um deles está relacionado aos objetivos do desenvolvimento sustentável aos quais está ligado”, afirma Miriam Pragita, coordenadora da RNPI e Andi.

“São números que chamam muita atenção. É isso que a gente quer mostrar quando a gente cria o Observatório com essa profundidade de dados”, diz Miriam. Esses dados foram revelados ontem (8) no lançamento do site Observatório do Marco legal da primeira infância.

A representante da Unicef, fundo das Nações Unidas para a infância Florence Bauer afirmou que a pandemia piorou a situação das crianças nos últimos meses.  “Sabemos já dos desafios que existiam antes para a primeira infância, mas agora as crianças são as vítimas ocultas dessa pandemia. Elas não são afetadas diretamente pelo vírus, mas sofrem os impactos indiretos das políticas adotadas”, afirma.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.