Dos editores de ODiario.info.- Nas últimas semanas o governo de Barack Obama alterou profundamente a sua estratégia para a América Latina.
Três acontecimentos quase simultâneos assinalaram o início de uma perigosa ofensiva que visa a desestabilizar os governos progressistas da Região: o recebimento por Juan Manuel Santos de Capriles Radonski- o líder da extrema-direita venezuelana, derrotado nas eleições presidenciais- a visita a Bogotá de Joe Binden, vice dos EUA, e a notícia de que a Colômbia prepara a sua adesão à NATO.
Os objetivos dessas iniciativas são tao transparentes que governos, partidos, organizações e personalidades progressistas de todo o Continente as comentaram e denunciaram como peças de uma ofensiva imperialista no Hemisfério.
Tudo se integra num ambicioso plano elaborado pela Casa Branca e o Pentágono.
O governo da Venezuela entregou já na capital colombiana um protesto oficial, sublinhando que o convite a Capriles e o caloroso recebimento que lhe foi dispensado são incompatíveis com compromissos assumidos por Santos para melhorar as relações entre os dois países.
Joe Binden fez em Bogotá o elogio da «democracia colombiana» e expressou ali o desejo dos EUA de aderirem à chamada Aliança do Pacifico. Ora, essa organização – integrada pela Colômbia, pelo Peru, pelo México e pelo Chile- foi concebida em Washington para sabotar a política de integração latino-americana que tornou possível a criação da ALBA, da UNASUL, da CELAC e de iniciativas como a Petrocaribe e o Banco del Sur, ideadas por Hugo Chávez.
Mais ostensivamente ameaçadora foi a decisão anunciada por Juan Manuel Santos, de preparar a adesão à NATO.
A Colômbia foi o único pais da América Latina que participou em Monterrey, nos EUA, num encontro da NATO onde o seu representante afirmou «o desejo de cooperação e de troca de informações» e o seu empenho em «empreender atividades conjuntas».
Foi um prólogo à adesão a uma organização militar criminosa, envolvida em múltiplas guerras de agressão e que não esconde a sua hostilidade à Venezuela Bolivariana.
Juan Manuel Santos aproveitou a visita do vice presidente dos EUA para afirmar com arrogância: “Trabalhamos em grande (…) renunciando ao medo e enchendo-nos de razoes para sermos os melhores não somente na Regiao,mas no mundo inteiro». E definiu como «uma honra» a abertura da NATO à Colômbia.
As FARC interpretaram corretamente o namoro de Santos com uma organização que mantem dezenas de bases militares no Continente. Num comunicado emitido pelo seu Estado-maior Central identificam nas declarações de Santos e de Biden uma ameaça direta aos diálogos para a paz em Havana. Inventar pretextos para lhes por termo é o objetivo do presidente colombiano.
A sua viragem, cedendo à pressão de Barack Obama,
configura uma ameaça para os regimes progressistas da América Latina e as forças que nela lutam pela Paz na Região.
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