A Casa Branca anunciou que Manning será libertada em 17 de maio. Além dela, Obama comutou ainda a sentença de outros 208 detidos nos Estados Unidos e perdoou a pena de 64 pessoas.
“Esses 273 indivíduos aprenderam que nossa nação é uma nação do perdão, onde quem trabalha duro e se compromete com a reabilitação pode ter uma segunda chance, e onde erros do passado não privarão o indivíduo da oportunidade de continuar”, disse o assessor da Casa Branca Neil Eggleston.
Em 2013, Manning, que antes de um tratamento para mudança de gênero se chamava Bradley, foi condenada a 35 de prisão por ter passado mais de 700 mil documentos classificados pelo governo e por militares como confidenciais ao Wikileaks.
+ Assange tinha declarado que aceitaria sua extradição aos EUA se Chelsea fosse libertado
A sentença, classificada por muitos como excessiva e de fins intimidatórios, foi a punição mais severa por vazamento de informações oficiais jamais imposta nos EUA. A defesa de Manning alegava que a sentença ultrapassa normas legais internacionais.
O advogado de Manning, Chase Strangio, disse nesta terça-feira que a decisão do presidente praticamente salvou a vida de sua mandante. Cumprindo pena na base de Fort Leavenworth, no Kansas, a ex-militar tentou se suicidar duas vezes.
“Estamos melhor sabendo que Chelsea Manning saíra da prisão como uma mulher livre, dedicada a fazer do mundo um lugar melhor e a lutar por justiça para muitos”, acrescentou Strangio, em comunicado.
Em 2010, Manning, que trabalhava como analista de inteligência em Bagdá, vazara para o Wikileaks centenas de milhares de despachos diplomáticos e documentos militares secretos dos EUA. Entre os mais polêmicos encontrava-se um vídeo de 2007, mostrando um ataque aéreo dos EUA na capital iraquiana, no qual foram mortos vários civis, entre os quais dois jornalistas.
Após o anúncio da Casa Branca, o Wikileaks considerou uma vitória a decisão do presidente. Em sua conta no Twitter, o portal escreveu: “Vitória, Obama comuta a pena de Chelsea Manning de 35 anos para 7. Data da libertação agora 17 de maio”.
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Com informações da Deutsche Welle.
Fonte: Opera Mundi.