O Trabalho e a Organização Operária no Território Nacional de Misiones (1914-1924)
Por Gustavo Henrique de Siqueira.
O presente trabalho tem como objetivo discutir questões relativas aos obreiros, o movimento sindical e a experiência radical no extinto Território Nacional de Misiones, Argentina, no período de 1914 a 1924. O artigo divide-se em partes que pretendem pontuar questões básicas da história argentina, procurando dirigir-se não só a argentinos, mas a qualquer que desconheça a história desta República.
Os Radicais no poder
Este recorte de 10 anos sugerido no título, que começa em 1914, nos situa no fim do contínuo regime oligárquico na Argentina. Com a promulgação da lei Sáenz Peña[1] em janeiro de 1912, o povo agora pode eleger a seus representantes, o que ocorreu pela primeira vez nas eleições provinciais de Santa Fe e Buenos Aires em abril do mesmo ano. Para as eleições presidenciais, essa lei seria aplicada no ano de 1916, que levou ao candidato Hipolito Yrigoyen, da Unión Cívica Radical (UCR), ao poder.
Antes da promulgação desta lei, o partido reclamava por reformas eleitorais e tentou tomar o poder pelas armas diversas vezes, frustando-se em todas (BEIRED, 1996). Foi a partir de 1912 que o partido conquistou popularidade e aceitação em grandes proporções no território nacional, o que resultou na grande vantagem dos radicais sobre os democratas-progressistas, conservadores e os socialistas[2].
A UCR se caracteriza pelo primeiro partido “moderno” da Argentina, pois tomava como fundamental em seus ideais a melhoria do setor popular, ponto que até então era levado pelos conservadores através de uma relação vertical frente ao povo. O ingresso destas novas personalidades no poder teve um inicio complicado por não deter a maioria de representantes nos governos provinciais, no entanto, instaurou uma mudança na maneira de governar que manifestou-se em seu caráter próprio de enfrentar as questões nacionais – resultado da legitimidade que o sufrágio o concedia – como, por exemplo, a sanção de várias leis a favor dos trabalhadores.
Em Misiones o radicalismo assumiu o governo em 23 de maio de 1917. Por se tratar de um “Território Nacional” e não de uma “Província”, os governadores eram nomeados e não eleitos. O primeiro governador radical nomeado em Misiones foi Hector Barreyro, que incluiu ao Território missioneiro na conjuntura da política nacional. Abordarei neste trabalho a questão social e obreira de seu governo objetivamente mais adiante.
A exploração da erva mate e os mensús
Em fins do século XIX, os obreiros que vão a Misiones em busca de trabalho precisam se sujeitar às mais diversas situações de exploração. Muitas vezes atraídos por promessas dos patrões – que não os descreviam as verdadeiras condições de trabalho e lhes garantia uma parte do pagamento adiantado – os obreiros ou “mensús”[3] embarcavam em barcos até o Alto Paraná tentar a sorte. As normas estipuladas pelo governo a respeito da extração de erva-mate beneficiavam aos patrões e serviam apenas para o controle e fiscalização da colheita e não para a proteção do obreiro, excetuando a formulação de um contrato, que assim mesmo não servia para nada além de controlar a entrada e saída da mão-de-obra dos ervais ou garantir a liberdade dos patrões para tratar aos trabalhadores como lhes interessara (BELASTEGUI, 1974). Além disso, era a falta de oportunidades no trabalho que levava aos peões até o Alto Paraná. Sua principal expectativa era de gozar os cinco dias de liberdade depois de receber o resto de seu pagamento, que ele deixaria nos bares ou prostíbulos de Posadas quando voltasse (se voltasse) do trabalho nos ervais.
Não é difícil imaginar o poder econômico que detiam os donos dos ervais missioneiros. O pagamento do salário aos peões consistia de uma parte em dinheiro e outra em vales que seriam descontados em produtos (bombachas, chapéus, calças) nas vendas dos próprios patrões. O preço pago pelos produtos excedia ao que se pagava em mercados comuns (SAGASTIZÁBAL, 1984). A total liberdade dos patrões e o lucro desenfreado de seu sistema de exploração se devem, em partes, à impossibilidade dos obreiros unirem-se em sindicatos ou sequer registrar queixas à entidades superiores (todas mantidas ou simpáticas aos patrões). Como não é pressionado de nenhuma maneira, o patrão se ve livre para fazer o que quiser em relação aos peões inclusive matando-os se necessário; não faltam fontes que registram a normalidade de ver-se cadáveres de mensús boiando pelo Rio Paraná abaixo (BELASTEGUI, 1974, citando a VARELA, Alfredo). Além disso, dispõe da liberdade de abusar sexualmente às mulheres e filhas dos peões (as mulheres também empregavam sua mão-de-obra na colheita da erva).
A situação nos ervais deveria mudar com a chegada dos radicais ao poder, mas ainda assim o Alto Paraná parece ser um ponto intocável para o governo se pensarmos no fato de não haver qualquer organização por parte dos explorados dos ervais nesta época. Sem embargo, em maio de 1918 o setor marítimo de Posadas é atendido em suas reivindicações por aumento de salário depois de quase um mês em greve; um morto e dois feridos foi o resultado lamentável do episódio (TERRITÓRIO DIGITAL, 2008). No campo ervateiro, em 1920, é criado em San Ignácio o primeiro sindicado que chamou-se SOY – Sindicato de Obreros Yerbateros. Seu fundador foi Eusébio Mañasco, um paraguaio que viva na Argentina desde 1915 e que conheceu às explorações dos peões nos ervais através das viagens que fez num barco onde trabalhava como foguista[4]. Era militante da Federación Obrera Maritima (FOM) e delegado em Misiones da Federación Obrera Regional Argentina (FORA). Logo fundado o sindicato e reunido os trabalhadores, Eusébio já conquistava melhorias para os trabalhadores através de greves. No entanto, terminou preso acusado de assassinar a um peão nos ervais (sua participação no homicídio foi pouco esclarecida pela história). Estes avanços para o setor trabalhista demonstraram aos peões o poder da união e a importância do sindicalismo (SCHROEDER, 2010), que talvez só tenha sido possível por causa da nova ideologia do governo.
Governos, sindicatos e mão-de-obra
O governo Yrigoyen tratou de resolver alguns problemas que os conservadores não haviam tratado. E foi neste contexto que, em 1920, os radicais do Poder Executivo deixavam uma mensagem no Congresso: “La democracia no consiste sólo en la garantia de la libertad política: entraña a la vez la posibilidad para todos de poder alcanzar un minimo de felicitad, siquiera” (LUNA, 2001). Dos projetos de lei enviados por Yrigoyen ao Congresso relativos ao trabalho ou a questão social, poucos foram sancionados por não deter a maioria dos representantes. Todavia, o presidente radical instruiu a polícia para não reprimir as greves e manifestações obreiras, o que foi uma medida considerável em uma época em que se proliferavam o socialismo, o anarquismo e o sindicalismo na Europa. Em Misiones, Barreyro fez prevalecer o sistema de Yrigoyen e o Território conviveu com a tolerância de grêmios e o jornalismo combativo. Como já dito, a SOY de Mañasco desenvolvia ações em favor dos obreiros dos ervais de San Ignácio e existiam jornais críticos ao governo radical funcionando normalmente. Não obstante, os trabalhadores do Alto Paraná ainda parecem viver sem qualquer amparo do governo. Os primeiros projetos de lei e fiscalização nacional sancionados pelo governo relativos ao tratamento do trabalhador nos ervais do norte só vão ter grande consideração na presidencia de Juan D. Perón na década de 50.
Sabemos por certo que o radicalismo impõe agora um novo perfil e relação aos obreiros e também é certo que os trabalhadores agora se organizam em sindicatos e grêmios no território missioneiro. No entanto, frente a uma denuncia do Ministro da Suíça[5] ao governo nacional, o governador interino Guillermo Doll responde ao Sub Secretário do Ministério do Interior negando a existência de associações gremiais no Território (Anexo 1). Esta carta, datada de 04 de agosto de 1921, apresenta uma contradição com o que sabemos a respeito do SOY, que teve sua fundação em 1920. Além disso, o governador segue informando na carta a prosperidade das indústrias e que nos ervais se “trabajan con numeroso personal en completa libertad y garantidos por las autoridades del Territorio en la medida de sus fuerzas”.
A contradição levanta questões: por que o governo missioneiro estava, supostamente, escondendo do governo nacional estas manifestações e organizações obreiras? E por que o governo missioneiro não atendia à situação dos trabalhadores nos ervais? Não se sabe. Mas podemos supor, através da posição social que ocupava o presidente Yrigoyen – que era estancieiro e grande produtor do mercado pecuário – que haveria interesse na produção ervateira tal como funcionava. O presidente radical não negava seu apoio às manifestações obreiras, todavia, isto não ocorria nas manifestações contra os patrões do setor agroexportador, onde a polícia reagia com violentas repressões (BEIRED, 1996). Este assunto é muito complexo para este trabalho, mas, apesar de não podermos afirmá-lo, é de se desconfiar da atitude de Barreyro quando transmite tranquilidade em um terreno onde estavam em vigor regimes de trabalho que nada perdiam para a escravidão.
***
Em 1922 assume a presidência da República outro representante radical, Marcelo Torcuato de Alvear. Apesar de um estilo de governo diferente de seu antecessor, o trato ao trabalhador continua o mesmo: projetos de lei para o trabalho, tolerância à greves e negociação com sindicatos. Em Misiones o governo seguia nas mãos de Barreyro. Em 19 de fevereiro de 1923, o governador dirige uma carta ao Sub Prefeito do Porto de Posadas, Gregório de los Santos, passando instruções de como atuar frente a uma agitação do grêmio de trabalhadores marítimos (Anexo 2). A intenção de prevenir qualquer acontencimento que poderia por aos obreiros em greve, demonstra a atenção do estado com as organizações sindicais. É o que apresenta uma segunda carta, destinada ao Ministro do Interior, informando que a polícia está vigiando aos obreiros para manter a tranquilidade e o progresso no Território (Anexo 3). Pouco menos de um mês depois, em 14 de março, o governo faz Gregório de los Santos saber que no porto defende-se la libertad de trabajo e que a polícia só deve responder à ordens do governo, sem precipitar-se no caso de rebelião dos trabalhadores; a reivindicação era para o reajuste do regime de trabalho.
Apesar da época Alvear estar gravada na memória coletiva como “la época más feliz, tranquila y rica del siglo XX” (LUNA, 2001) existe, pelo menos em Misiones, muito em que avançar no que se refere ao trabalho. Como dito anteriormente, as condições dos mensús só recebe atenção no governo de Perón, ou seja, alguns destes fatores pouco esclarecidos impedem o pleno progresso desta região que talvez por sua condição diferenciada (não provincializada) seja tratada em segundo plano pelo governo nacional neste momento da história argentina.
Conclusão
Até fins do governo Alvear nada mudou drasticamente em sua política laboral para Misiones. No entanto, o governo missioneiro segue em poder de Barreyro até 1935 e podemos supor que sua política frente aos trabalhadores também não tenha mudado. Por certo é uma época de considerável liberdade de manifestação de compararmos esse período com o anterior governado pelos conservadores. Não obstante, os episódios sangrentos mais conhecidos[6] da época Yrigoyen nos dão provas de que houve tensão nesta “liberdade de manifestar-se” proposta pelos radicais.
Sintetizando esta análise sobre o Território de Misiones, pode-se dizer que o trabalhador logra manifestar seus reclamos ao governo apesar de não poder, efetivamente, mudar a realidade. Todavia, enquanto não houver uma resposta objetiva para esta questão, vale manter viva na memória a luta de milhares de trabalhadores que deixaram sua vida – ou, quando pouco, a sua saúde – nos ervais que fizeram próspero o desenvolvimento econômico desta que hoje é uma reconhecida província.
BIBLIOGRAFIA, DOCUMENTOS E SITES DA WEB:
ARCHIVO GENERAL DE LA GOBERNACIÓN DE MISIONES. Copiador de Notas Remitidas. Serie R. Desde 11/1917 hasta 11/1933. Numero Interno (Tomo) 1.
BARREYRO, Julio G. Breve Historia de Misiones. Buenos Aires: Ed. Plus Ultra, 1979.
BEIRED, José Luis Bendicho. Breve historia da Argentina. São Paulo: Ed. Ática, 1996.
BELASTEGUI, Horacio M. La Situación del Mensú en las Primeras Décadas del Siglo XX. Misiones: Departamento de Investigación Social de la Universidad Nacional de Misiones, 1974.
LUNA, Félix. Los Radicales en el Gobierno. In: Nueva Historia de la Nación Argentina. Tomo VII Editorial Planeta: Buenos Aires, 2001.
SAGASTIZÁBAL, Leandro. La yerba Mate y Misiones. Junín, Buenos Aires: Centro Editor de América Latina SA, 1984.
SCHROEDER, Diego. El Anarquista de los Yerbales: la lucha de Eusebio Mañasco. Revista Superficie: revistasuperficie.com.ar. Pesquisado en 22 de jun. de 2011.
TERRITORIO DIGITAL. La Primera Huelga de Obreros Misioneros Seguida de Represión. Territoriodigital.com. Posadas, 2008. Pesquisado en 22 de jun. de 2011.
ANEXOS
Anexo 1:
80
04 de agosto de 1921
Reservada
Al señor Sub Secretario del Ministerio del Interior.
Buenos Aires.
Tengo el honor de dirigirme a V. S. elevando adjunto el informe producido por la Jefatura de Policía, respecto a la nota del señor Ministro de Suiza, acreditado ante el P.E. Nacional.
Cómo podrá informarse V. S. en el Territorio de Misiones no han existido ni existen en la actualidad bandas armadas, asociaciones gremiales de carácter anarquista, ni grupos de obreros agremiados que perturban la tranquilidad ni el desarrollo de las diferentes industrias radicadas en el Territorio.
Las diferencias o luchas entre el capital y el trabajo, que actualmente afligen el mundo entero, por una feliz casualidad quizá, en este Territorio, y cómo oportunamente llevé a conocimiento de S. S. han sido zanjadas mediante la intervención de sus autoridades, que procediendo como árbitro, allanó dificultades, suavizó asperezas y arribó a un convenio que conciliaba los intereses en pugna. Me hago un deber en dejar especial constancia, que actualmente los Establecimientos agrícola e industriales en sus diversas clases y categorías radicados en el Territorio, especialmente os yerbateros, en el maximun de su rendimiento por ser la época de zafra o cosecha de la yerba, trabajan con numeroso personal en completa libertad y garantidos por las autoridades del Territorio en la medida de sus fuerzas.
Los hechos delictuosos, que algún connacional del Señor Ministro de Suiza, puede haberle llevado a su conocimiento y que diera motivo a la que dirigiera al Señor Ministro de Relaciones Exteriores, son de crímenes vulgares, de resonancia por la posición social y pecuniaria de sus actores y en los que ésta autoridad no omitió ni omite esfuerzos para su esclarecimiento.
No obstante lo manifestado, esta Gobernación está atenta a la advertencia del Señor Ministro de Suiza a S. E. al Ministro del Interior, por intermedio de S. E. el Señor Ministro de Relaciones Exteriores, a fin de prevenir cualquier atentado contra la vida y seguridad de los pobladores del Territorio.
Saludo a V. S. con mi mayor consideración
Guillermo Doll
Gobernador Interino
Diógenes Lotero
Secretario Interino
Anexo 2:
100
19 de febrero de 1923
Reservada
Al Señor Sub Prefecto del Puerto de Posadas Don Gregorio de los Santos
S/D.
El Ministerio del Interior se ha dirigido reservadamente al infrascripto, manifestando que el Ministerio de Marina le comunica, confidencialmente, que entre el gremio de obreros marítimos de esta Capital se notan agitaciones por “cuestiones relativas al régimen de trabajo tendientes a la promoción de una huelga” – y esta Gobernación interesada en el mantenimiento del orden y a fin evitar conflictos y velando por los intereses del país, ha tomado ya disposiciones reservadas por intermedio de la Policía, solicitando de Ud., se sirva informar cualquier novedad, en ese sentido, de suerte que con la cooperación de esa Sub Prefectura se pueda estar en condiciones de prevenir acontecimientos, tomando desde ya medidas discretas y preventivas.
Saludo a Ud. muy atentamente,
Hector Barreyro
Gobernador
Jose Manuel Lopez
Secretario
Anexo 3:
101
19 de Febrero de 1923
Reservada
Distinguido Señor Sub Secretario:
Tengo el agrado de dirigirme a V.S. acusando recibo a su Reservada del 9 del mes en curso – por la cual se sirve comunicarme que el Ministerio de Marina se ha dirigido a ese Ministerio confidencialmente, haciéndole notar que en el gremio de obreros marítimos de esta ciudad se notan agitaciones por cuestiones relativas al régimen de trabajo tendientes a la promoción e una huelga, y cúmpleme manifestar a V. S. que en antecedentes de estos propósitos ya había tomado las disposiciones necesarias a fin de que la Jefatura de Policía esté en constante observación y vigilancia, previniendo cualquier movimiento que pueda provocar alteraciones del orden público. Por otra parte procediendo esta gobernación de acuerdo con la Sub Prefectura local, está en condiciones de mantener más eficazmente la vigilancia ya establecida.
En cuanto al sujeto de apellido Milot, desde algún tiempo es ya objeto de observación por parte de la Policía local.
Deseo transmitir a V. S. las seguridades de mi preocupación en asuntos de esa naturaleza, en la confianza de que el pensamiento que recojo de su misiva ha de ser formalmente interpretada, interesándome además evitar que el Territorio se vea sorprendido en su progreso y en su tranquilidad.
Por lo demás tendré a V. S. al corriente de las novedades que pudieran ocurrir en este caso.
Saludo a V. S. con mi consideración más distinguida.
Hector Barreyro
Gobernador
José Manuel Lopez
Secretario
al Señor Sub Secretario del Ministerio del Interior.
Buenos Aires.
El Trabajo y la Organización Obrera en el Territorio de Misiones (1914 – 1924)
Por Gustavo Henrique de Siqueira.
El presente trabajo tiene por finalidad discutir cuestiones relativas a los obreros, el movimiento sindical y la experiencia radical en el extinguido Territorio Nacional de Misiones, Argentina, en el periodo de 1914 a 1924. El texto está dividido en partes que pretenden puntuar cuestiones básicas de la historia argentina, proponiéndose a dirigirse no sólo a argentinos, sino a cualquiera que desconozca la historia de esta República.
Radicales en el poder
El recorte sugerido en el título sitúanos a fines de un continuo régimen oligárquico en Argentina. Con la promulgación de la ley Sáenz Peña[7] en enero de 1912, la población de la República ahora puede elegir a sus comandantes, lo que ocurrió por primera vez en las elecciones provinciales de Santa Fe y Buenos Aires en abril del mismo año. Para las elecciones presidenciales, la ley sería aplicada en 1916, que llevó al candidato de la Unión Cívica Radical (UCR), Hipólito Yrigoyen, al poder.
Antes de la promulgación de la dicha ley, el partido reclamaba por reformas electorales y intentó tomar el poder por las armas diversas veces, frustrándose en todas (BEIRED, 1996). Fue a partir de 1912 que el partido logró popularidad y aceptación en grandes proporciones en el territorio nacional, lo que se reflejó en la gran ventaja de los radicales sobre los demócratas progresistas, conservadores y los socialistas[8].
La UCR está caracterizada como el primer partido “moderno” de Argentina, pues tenía como fundamental en sus ideales la mejoría del sector popular, punto que hasta entonces era llevado por los conservadores a través de una relación vertical frente a la población. El ingreso de estas nuevas personalidades en el poder tuvo un inicio complicado por no haber la mayoría de representantes en los gobiernos provinciales, sin embargo instauró un cambio en la manera de gobernar que se manifestó en su carácter propio al tratar de las cuestiones nacionales – resultado de la legitimidad que el sufragio le concedía –, como por ejemplo, la sanción de varias leyes a favor de los trabajadores.
En Misiones el radicalismo asumió al gobierno el 23 de mayo de 1917. Por tratarse de un “Territorio Nacional” y no de una “Provincia”, los gobernadores eran nombrados y no elegidos. El primer gobernador radical nombrado en Misiones fue Héctor Barreyro, que incluyó al territorio misionero en la coyuntura de la política nacional. Tomaremos para ese trabajo la cuestión social y obrera en su gobierno, lo que será expuesto objetivamente más adelante.
La explotación de la yerba mate y los mensús
Al fines de siglo XIX, los obreros que se van a Misiones en busca de trabajo necesitan sujetarse a las más diversas situaciones de explotación. Muchas veces atraídos por las promesas de los patrones – que no los describían lo que era en realidad la labor ahí y los seducían con el pago del sueldo adelantado – los obreros o “mensús”[9] se metían en los buques hacia el Alto Paraná intentando la suerte. Los reglamentos del estado en relación a la explotación de la yerba mate beneficiaban a los patrones y servían solamente para la regulación y fiscalización de la cosecha y no para la protección del obrero, exceptuando el hecho de un contrato, que así mismo no servía para nada más que controlar la entrada y la salida de la mano de obra en los yerbales o dar libertad a los patrones para tratar a los peones como les interesara (BELASTEGUI, 1974). Además, era la falta de oportunidad que llevaba al obrero hacia el Alto Paraná, viviendo solamente a la espera de los cinco días de libertad que gozaría en los boliches y prostíbulos de Posadas cuando recibía el sueldo o regresaba (si regresaba) de la labor en los yerbales.
No es difícil imaginar el poder económico que detenían los dueños de los yerbales misioneros. El pago del sueldo a los obreros era de una parte en dinero y otra en vales que serian descontados en productos (bombachas, sombreros, pantalón) en las tiendas de las cuales detenía el patrón. El precio que se pagaba por los productos excedía el que se pagaba en lugares comunes (SAGASTIZÁBAL, 1984). La total libertad de los patrones y su demasiado lucro sobre la clase obrera se debe, en parte, a la imposibilidad de unirse de los obreros en sindicatos o siquiera hacer reclamos a entidades superiores (todas ellas mantenidas o simpáticas a los patrones). Como no es presionado de ninguna manera, el patrón hace lo que quiera en relación al obrero, quitándole la vida si fuera necesario; no nos faltan fuentes que relatan la normalidad de verse cadáveres de mensús boyando por río Paraná abajo (BELASTEGUI, 1974 citando a Alfredo Varela). Además, dispone de la libertad de abusar sexualmente de las mujeres e hijas de los trabajadores (que también empleaban su mano de obra en los yerbales).
La situación tendría que cambiar con la llegada de los radicales al poder, pero aún así el Alto Paraná parece ser un punto intocable para el gobierno si pensamos en el hecho de no haber ninguna organización por parte de los explotados de los yerbales en esa época. Sin embargo, en mayo de 1918 el sector marítimo de Posadas logra suceso en sus reclamos por aumento de salario después de casi un mes en huelga; un muerto y dos heridos fueran el resultado lamentable del episodio (TERRITORIO DIGITAL, 2008 ). En el campo yerbatero, en 1920, crease en San Ignacio el primer sindicato, llamado SOY – Sindicato de Obreros Yerbateros. Su fundador fue Eusebio Mañasco, un paraguayo que vivía en Argentina desde 1915 y que conoció las explotaciones de los yerbales a través de los viajes que hizo en el barco donde trabajaba como foguista[10]. Era militante de la Federación Obrera Marítima (FOM) y delegado en Misiones de la Federación Obrera Regional Argentina (FORA). Luego que estableció el sindicato y reunió a los trabajadores, conquistó mejorías en las condiciones laborales a través de huelgas. No obstante, terminó encarcelado acusado de matar a un obrero de los yerbales (su participación en el homicidio es un hecho poco esclarecido por la historia). Estos hechos demostraron a los trabajadores el poder de la unión y la importancia del sindicalismo (SCHROEDER, 2010), que quizás solo fue posible por la nueva mano del poder de la gobernación.
Gobierno, sindicatos y mano de obra
El gobierno Yrigoyen trató de resolver algunos problemas que los conservadores no habían tratado. Así que luego en 1920, los radicales del Poder Ejecutivo dejaban un mensaje en el Congreso: “La democracia no consiste sólo en la garantía de la libertad política: entraña a la vez la posibilidad para todos de poder alcanzar un mínimo de felicidad, siquiera” (LUNA, 2001). De los proyectos de ley enviados por Yrigoyen al Congreso relativos al trabajo o a la cuestión social, pocos fueran sancionados por no detentar la mayoría de los representantes. Empero, el presidente radical instruyó a la policía para no reprimir las huelgas y manifestaciones obreras, lo que fue una medida considerable tomada por un gobierno en una época en que proliferabam el socialismo, el anarquismo y el sindicalismo en Europa. En Misiones, Barreyro hizo prevalecer el sistema de Yrigoyen y el Territorio vivió con la tolerancia de gremios y el periodismo combativo. Como ya dicho, la SOY de Eusebio Mañasco desarrollaba acciones en favor de los obreros de los yerbales de San Ignacio y existían periódicos críticos al gobierno radical funcionando normalmente. No obstante, los explotados del Alto Paraná aún parecen vivir sin cualquier amparo del gobierno, los primeros proyectos de leyes y fiscalización nacional sancionados por el gobierno relativo a los tratos sobre los obreros de los yerbales del norte sólo van a tener gran consideración en la presidencia de Juan D. Perón en la década de 50.
Es indudable que el radicalismo impone ahora un nuevo perfil en relación a los obreros y también es indudable el hecho de la organización de estos en sindicatos y gremios en el territorio misionero. No obstante, en Misiones, frente a una denuncia del Ministro de Suiza[11] al gobierno nacional, el gobernador interino Guillermo Doll responde al Sub secretario del Ministerio del Interior negando la existencia de asociaciones gremiales en el territorio (Anexo 1). Esta carta, con fecha de 04 de agosto de 1921, impone una contradicción con informaciones acerca del SOY, que tiene su fundación en 1920. Además, el gobernador sigue informando en la carta la prosperidad de las industrias y que en los yerbales se “trabajan con numeroso personal en completa libertad y garantidos por las autoridades del Territorio en la medida de sus fuerzas”.
La contradicción levanta cuestiones: ¿por qué el gobierno misionero estaba, supuestamente, escondiendo del gobierno nacional estas manifestaciones obreras? ¿Y por qué el gobierno misionero no atendía la situación de los obreros yerbales? No se sabe. Pero se puede suponer a través de la posición social en que se encuentra el presidente Yrigoyen – que era un estanciero y grande productor del mercado ganadero – que habría interés en la producción yerbatera tal como funcionaba. El presidente radical no negaba su apoyo a las manifestaciones obreras, sin embargo, esto no ocurría en las manifestaciones contra los patrones del sector agroexportador, donde la policía reaccionaba con violentas represiones (BEIRED, 1996). Este asunto es demasiado complejo para este trabajo, pero, aunque no se pueda afirmarlo, podemos sospechar de la actitud de Barreyro cuando transmite tranquilidad en un terreno que hubo regímenes de trabajo que en nada pierden para la esclavitud.
***
En 1922 asume la presidencia de la republica otro representante radical, Marcelo Torcuato de Alvear. A pesar del tono distinto de Yrigoyen en la manera de gobernar, el trato a los trabajadores siguió lo mismo; proyectos de leyes para el trabajo, tolerancia a huelgas y negociación con manifestaciones obreras. En Misiones la gobernación permanecía en las manos de Héctor Barreyro. En 19 de febrero de 1923, el gobernador dirige una carta al Sub Prefecto del Puerto de Posadas, Gregorio de los Santos, pasando instrucciones de cómo actuar frente a una agitación del gremio de los obreros marítimos (Anexo 2). La intención de prevenir cualquier acontecimiento que podría poner a los obreros en huelga demuestra la atención del estado con las organizaciones sindicales. Es lo que pasa con una segunda carta, direccionada al Ministro del Interior, que informa la vigilancia de los obreros a través de la policía, donde el gobernador transmite la preocupación por mantener la tranquilidad y el progreso en el Territorio (Anexo 3). Poco menos de un mes después, el 14 de marzo, la gobernación hace Gregorio de los Santos saber que se defiende en el puerto la libertad de trabajo y que la policía sólo debe responder a órdenes de la gobernación, sin precipitarse en caso de conflicto por parte de los obreros que reclamaban por el régimen de trabajo.
A pesar de la época Alvear estar grabada en la memoria colectiva como “la época más feliz, tranquila y rica del siglo XX” (LUNA, 2001) existe, por lo menos en Misiones, mucho que avanzar en lo que corresponde al trabajo. Como dicho anteriormente, las condiciones de los mensús – a pesar de contar con Mañasco después de su libertad – sólo recibe atención posteriormente en el peronismo, es decir, algo impide el pleno progreso de esa región que por cierto (quizás por no reconocerse Misiones como provincia) es olvidada o por lo menos encarada en según plan en este momento de la historia argentina.
Conclusión
Hasta fines del gobierno de Alvear aparentemente siguió lo mismo en el campo laboral en Misiones. Todavía el gobierno misionero sigue en poder de Barreyro hasta 1935 y podemos suponer que su política frente a los reclamos de los obreros no haya cambiado. Por cierto es una época de considerable libertad de manifestación si comparamos ese periodo con el periodo conservador. Así mismo, los dos episodios sangrientos más conocidos[12] de la época Yrigoyen nos dan pruebas de que hubo tensión en esa “libertad de manifestarse” propuesta por los radicales.
Si pensamos en una síntesis, partiendo del punto de vista del Territorio de Misiones, se puede decir que el trabajador logra reivindicar a pesar de no poder, efectivamente, cambiar la realidad. Pero esta fue una conquista de los sectores generales de trabajo para los misioneros, no obstante los peones yerbateros del Alto Paraná que sufren en total silencio. Un estudio más profundo acerca de la relación del gobierno misionero con los patrones de la extracción de la yerba podría esclarecernos la banalización de la mano de obra ahí. Sin embargo, mientras no haya una respuesta para esta cuestión, vale estudiar e mantener viva en la memoria la lucha de centenares de obreros que dejaran a su vida – o cuando poco, su salud – en los yerbales y hicieran prospero el desarrollo de esta que hoy es una reconocida provincia.
BIBLIOGRAFIA, DOCUMENTOS Y SITIOS DE LA WEB::
ARCHIVO GENERAL DE LA GOBERNACIÓN DE MISIONES. Copiador de Notas Remitidas. Serie R. Desde 11/1917 hasta 11/1933. Numero Interno (Tomo) 1.
BARREYRO, Julio G. Breve Historia de Misiones. Buenos Aires: Ed. Plus Ultra, 1979.
BEIRED, José Luis Bendicho. Breve historia da Argentina. São Paulo: Ed. Ática, 1996.
BELASTEGUI, Horacio M. La Situación del Mensú en las Primeras Décadas del Siglo XX. Misiones: Departamento de Investigación Social de la Universidad Nacional de Misiones, 1974.
LUNA, Félix. Los Radicales en el Gobierno. In: Nueva Historia de la Nación Argentina. Tomo VII Editorial Planeta: Buenos Aires, 2001.
SAGASTIZÁBAL, Leandro. La yerba Mate y Misiones. Junín, Buenos Aires: Centro Editor de América Latina SA, 1984.
SCHROEDER, Diego. El Anarquista de los Yerbales: la lucha de Eusebio Mañasco. Revista Superficie: revistasuperficie.com.ar. Pesquisado en 22 de jun. de 2011.
TERRITORIO DIGITAL. La Primera Huelga de Obreros Misioneros Seguida de Represión. Territoriodigital.com. Posadas, 2008. Pesquisado en 22 de jun. de 2011.
ANEXOS
Anexo 1:
80
04 de agosto de 1921
Reservada
Al señor Sub Secretario del Ministerio del Interior.
Buenos Aires.
Tengo el honor de dirigirme a V. S. elevando adjunto el informe producido por la Jefatura de Policía, respecto a la nota del señor Ministro de Suiza, acreditado ante el P.E. Nacional.
Cómo podrá informarse V. S. en el Territorio de Misiones no han existido ni existen en la actualidad bandas armadas, asociaciones gremiales de carácter anarquista, ni grupos de obreros agremiados que perturban la tranquilidad ni el desarrollo de las diferentes industrias radicadas en el Territorio.
Las diferencias o luchas entre el capital y el trabajo, que actualmente afligen el mundo entero, por una feliz casualidad quizá, en este Territorio, y cómo oportunamente llevé a conocimiento de S. S. han sido zanjadas mediante la intervención de sus autoridades, que procediendo como árbitro, allanó dificultades, suavizó asperezas y arribó a un convenio que conciliaba los intereses en pugna. Me hago un deber en dejar especial constancia, que actualmente los Establecimientos agrícola e industriales en sus diversas clases y categorías radicados en el Territorio, especialmente os yerbateros, en el maximun de su rendimiento por ser la época de zafra o cosecha de la yerba, trabajan con numeroso personal en completa libertad y garantidos por las autoridades del Territorio en la medida de sus fuerzas.
Los hechos delictuosos, que algún connacional del Señor Ministro de Suiza, puede haberle llevado a su conocimiento y que diera motivo a la que dirigiera al Señor Ministro de Relaciones Exteriores, son de crímenes vulgares, de resonancia por la posición social y pecuniaria de sus actores y en los que ésta autoridad no omitió ni omite esfuerzos para su esclarecimiento.
No obstante lo manifestado, esta Gobernación está atenta a la advertencia del Señor Ministro de Suiza a S. E. al Ministro del Interior, por intermedio de S. E. el Señor Ministro de Relaciones Exteriores, a fin de prevenir cualquier atentado contra la vida y seguridad de los pobladores del Territorio.
Saludo a V. S. con mi mayor consideración
Guillermo Doll
Gobernador Interino
Diógenes Lotero
Secretario Interino
Anexo 2:
100
19 de febrero de 1923
Reservada
Al Señor Sub Prefecto del Puerto de Posadas Don Gregorio de los Santos
S/D.
El Ministerio del Interior se ha dirigido reservadamente al infrascripto, manifestando que el Ministerio de Marina le comunica, confidencialmente, que entre el gremio de obreros marítimos de esta Capital se notan agitaciones por “cuestiones relativas al régimen de trabajo tendientes a la promoción de una huelga” – y esta Gobernación interesada en el mantenimiento del orden y a fin evitar conflictos y velando por los intereses del país, ha tomado ya disposiciones reservadas por intermedio de la Policía, solicitando de Ud. se sirva informar cualquier novedad, en ese sentido, de suerte que con la cooperación de esa Sub Prefectura se pueda estar en condiciones de prevenir acontecimientos, tomando desde ya medidas discretas y preventivas.
Saludo a Ud. muy atentamente,
Hector Barreyro
Gobernador
Jose Manuel Lopez
Secretario
Anexo 3:
101
19 de Febrero de 1923
Reservada
Distinguido Señor Sub Secretario:
Tengo el agrado de dirigirme a V.S. acusando recibo a su Reservada del 9 del mes en curso – por la cual se sirve comunicarme que el Ministerio de Marina se ha dirigido a ese Ministerio confidencialmente, haciéndole notar que en el gremio de obreros marítimos de esta ciudad se notan agitaciones por cuestiones relativas al régimen de trabajo tendientes a la promoción e una huelga, y cúmpleme manifestar a V. S. que en antecedentes de estos propósitos ya había tomado las disposiciones necesarias a fin de que la Jefatura de Policía esté en constante observación y vigilancia, previniendo cualquier movimiento que pueda provocar alteraciones del orden público. Por otra parte procediendo esta gobernación de acuerdo con la Sub Prefectura local, está en condiciones de mantener más eficazmente la vigilancia ya establecida.
En cuanto al sujeto de apellido Milot, desde algún tiempo es ya objeto de observación por parte de la Policía local.
Deseo transmitir a V. S. las seguridades de mi preocupación en asuntos de esa naturaleza, en la confianza de que el pensamiento que recojo de su misiva ha de ser formalmente interpretada, interesándome además evitar que el Territorio se vea sorprendido en su progreso y en su tranquilidad.
Por lo demás tendré a V. S. al corriente de las novedades que pudieran ocurrir en este caso.
Saludo a V. S. con mi consideración más distinguida.
Hector Barreyro
Gobernador
José Manuel Lopez
Secretario
al Señor Sub Secretario del Ministerio del Interior.
Buenos Aires.
[1] Lei 8.871 Geral de Eleições de 10 de janeiro de 1912. Esta lei estabeleceu o voto secreto e obrigatório a homens nativos/naturalizados argentinos maiores de 18 anos.
[2] As fontes discordam do número exato de votos que recebeu Yrigoyen, mas estima-se que estejam entre 340 e 370 mil votos contra cerca de 340 mil de todos os demais candidatos juntos.
[3] A palavra “mensú” provém de “mensualero”, nome pelo qual eram conhecidos os trabalhadores dos ervais (BELASTEGUI, 1974).
[4] “Foguista” é o nome atribuído ao trabalhador que desempenha a função de alimentar o fogo nos barcos à vapor.
[5] Não se sabe a natureza desta denúncia, mas se supõe que seja proveniente de um ataque de bandos missioneiros a pessoas de origem suíça uma vez que a denuncia do referido ministério foi feita ao Ministério de Relações Exteriores da Argentina.
[6] A “Semana Trágica” em janeiro de 1919 (com cerca de 800 mortos entre todo o período de greve e ataques militares) e os “Fusilamentos de Patagônia” em outubro de 1922 com um saldo de 1500 mortos.
[7] . Ley 8.871 General de Elecciones de 10 de enero de 1912. Esta ley estableció el voto secreto y obligatorio a hombres nativos/naturalizados argentinos mayores de 18 años.
[8] . Las fuentes no concuerdan con la exactitud de votos que recibió Yrigoyen, pero se estima que estén entre 340 y 370 mil sufragios contra cerca de 340 mil de todos los demás candidatos sumados.
[9] . La palabra “mensú” proviene de “mensualero”, nombre por lo cual eran conocidos los trabajadores del yerbal (BELASTEGUI, 1974).
[10] . “Foguista” es el nombre del trabajador que desempeña la función de alimentar al fuego en los barcos a vapor.
[11] . No se sabe la naturaleza de esta denuncia, pero se supone que sea relativo a algún ataque de bandos misioneros a personas de origen suizo, una vez que la denuncia fue hecha por el “Ministro de Suiza” al Ministerio de Relaciones Exteriores de la República Argentina.
[12] La “Semana Trágica” en enero de 1919 (con cerca de 800 muertos entre todo el periodo de huelga y ataques militares) y los “Fusilamentos de Patagonia” en octubre de 1922 con un saldo de 1500 muertos fusilados sistematicamente.