Sonhar parece ser uma palavra mágica, que estimula a imaginação projetando aquilo que talvez desejamos ser, fazer ou alcançar individual ou coletivamente.
Sonhar vincula-se a esperança em dias melhores dentre os piores, num futuro virtuoso diante das incertezas e repleto de bem querer e bem viver frente a ausência de paz, harmonia e prazer.
Sonhar alimenta aquilo que não se vê, não se apalpa, não se sente e, talvez, nem jamais se veja, porque fica guardado em algum lugar num pedacinho do coração ou da mente.
Sonha-se acordado ou dormindo, mas são de naturezas diversas, o primeiro parece consciente, faz parte da vontade, o outro apenas mostra pro corpo que, apesar de indefeso e inconsciente, a vida permanece ativamente.
Sonhar é viver e esperançar, acreditar, fazer pulsar, querer realizar, não se conformar, buscar sem esperar chegar, lutar, crer e amar.
O sonho do sono é de se sonhar só, o sonho acordado é para ser compartilhado, buscado, construído, estimulado, reclamado, reivindicado, retomado em comunidades, povos e sociedades.
Raul Seixas, em Prelúdio, cantava que o sonho que sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.
Por Roberto Liebgott, para Desacato.info.
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