APG UFSC.- Há anos que o restaurante universitário vem sendo sucateado assim como toda a Universidade Pública. Esse processo ao qual o RU está exposto faz parte de um projeto de sucatear para privatizar que hoje vigora nos planos federais. Nesse processo, se desconsidera a importância do restaurante universitário para a permanência estudantil e para a vida dos estudantes no todo, dentro da universidade. O abandono do restaurante universitário é expressão de uma universidade que está sob risco de destruição e desmantelamento.
Embora tenha muitos problemas, o RU ainda é responsável por servir próximo de 10 mil refeições por dia, garantindo a alimentação principalmente daqueles que não podem pagar por alimentos adquiridos em outros locais, sejam restaurantes ou mesmo mercados e feiras.
A pós-graduação também precisa do Restaurante Universitário. Embora seja paga uma bolsa, o valor desse pagamento não é reajustado há 6 anos e está longe de ser suficiente para garantir a subsistência de estudantes em uma capital. Pós-graduandos passam seus dias inteiros dedicados as atividades de sua pesquisa, não tendo tempo para trabalhar externamente, e precisam se virar em uma das cidades mais caras do país, com esse valor completamente defasado e incondizente com a formação desses profissionais.
Ainda pior é a situação das pessoas de baixa renda, que já sofrem com a falta das políticas de permanência, e que sem o RU irão, literalmente, passar fome.
A reitoria da UFSC não parece estar muito preocupada com isso, pois permanece inerte perante os cortes de verbas e ataques a universidade pública! Recentemente foi afirmado, pelo chefe de gabinete da reitoria, que a universidade não dispensa, com a continuidade dos cortes, restringir o acesso ao RU, diminuindo o número de refeições servidas. Os primeiros afetados seriam os servidores da universidade, mas também menciona restrições a parcela de estudantes, os quais possivelmente seriam os estudantes de pós, pois julga-se que a bolsa paga seria suficiente para garantir a alimentação, o que está longe de ser a realidade.
Não bastando essa conivência com os cortes de verbas, a diretoria do RU postou ontem uma nota vergonhosa, pedindo que as pessoas evitem de comer no RU nas férias, para que ele possa continuar funcionando no próximo semestre. No caso da pós-graduação, férias não existem, e a maioria dos alunos e alunas estão aqui durante o mês inteiro de julho, precisando almoçar e jantar para se manterem aptos a realizar suas atividades. Além disso, o pedido apela para uma culpabilização daqueles que forem comer como se estes viessem a ser responsáveis pelo possível não funcionamento do RU nesse segundo semestre.
É inaceitável que a reitoria trate a alimentação como algo dispensável, e permaneça imóvel perante os cortes de verbas que colocam em risco o funcionamento da universidade e a permanência dos estudantes que dependem do RU para terem o que comer.
A Associação de Pós-Graduandos da UFSC, comprometida contra os cortes na educação e os planos de privatização da Universidade Pública, denuncia os cortes no acesso ao Restaurante Universitário e se solidariza com os demais campi que estarão sem seu funcionamento durante essas férias de julho. A alimentação não é algo que pode ser rifada a bel prazer da burocracia, e embora seja prática comum em uma sociedade capitalista manter as pessoas na fome para lucrar com essa miséria, é justamente contra esse processo de empobrecimento que os cortes e reformas impostas nos trazem e que agora nos afetam na pele com as ameaças contra o restaurante universitário, que nos posicionamos contra e na resistência necessária. Rechaçamos o silêncio da direção central da universidade e exigimos respostas em relação a essa ameaça a permanência dos estudantes.
POR UMA UNIVERSIDADE 100% PÚBLICA E POPULAR!