Dezembro de 2014 ficou na história como o dia da reaproximação diplomática entre Estados Unidos e Cuba. Os entraves de um novo continente americano que emerge é assunto do documentário “Desafios de um novo diálogo entre Estados Unidos e Cuba”, produzido pela Radioagência Nacional.
Felicidade, espanto e ceticismo foram alguns dos sentimentos dos cubanos e estadunidenses que vivem no Brasil e foram entrevistados. Elce Pérez Serrano, cubana que mora em São Carlos, interior de São Paulo, e Jorge Ribail, morador da capital paulista, disseram que a novidade aproximou muito os cubanos por todo o mundo através das redes sociais. “Foi um misto de incredulidade e felicidade”, contou Elce.
O anúncio, todavia, também gerou receio e ceticismo quanto ao futuro de Cuba. Kurt Price Newson, texano que mora na cidade paulista de Aparecida, lembrou que a queda do Muro de Berlim, tido como um acontecimento histórico significou atrasos quando o ocidente chegou ao leste europeu. “Dá um medo que o Mc Donald´s e o capitalismo cheguem lá e dominem completamente o país”, lamentou.
Para o jornalista e escritor Fernando Moraes, a aproximação significa o fim da Guerra Fria décadas depois do fim da União Soviética. “Foram 53 anos de irracionalismo dos Estados Unidos que causaram enorme sofrimento ao povo cubano e não deram nenhum resultado”, analisou.
Os movimentos sociais brasileiros também tiveram importância central na aproximação. Em outubro, durante encontro com o papa Francisco, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entregou uma carta assinada por diversas organizações com um apelo para que o pontífice interviesse nessa questão.
“Isso é um marco na história da luta pela solidariedade internacional, na luta que estava sendo organizada por movimentos sociais e partidos de esquerda por todo o mundo”, comemorou João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do movimento.
O radiodocumentário pode ser acessado aqui
Fonte: Brasil de Fato