Por Pedro Marin.
O ex-catador de lixo Rafael Braga Vieira, de 27 anos, deixou a prisão na tarde da última terça-feira (1), e passará a cumprir sua pena em prisão domiciliar.
Preso por portar “material explosivo” (desinfetante e cloro) durante as manifestações de junho de 2013, Rafael foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão – pena que posteriormente foi reduzida para quatro anos e oito meses.
Acusado de “carregar coquetéis molotov”, ainda que o laudo técnico da sentença tenha descrito como “ínfima” a capacidade das garrafas de funcionar como coquetel molotov , o ex-catador passou dois anos e meio em regime fechado, e se queixou de maus-tratos na prisão. “Às vezes eles batem sem motivo, dão chute, soco, mas é mais quando você não chama eles de ‘senhor’. Eu já esqueci algumas vezes, e eles me batiam por isso. Mas se você não agir com displiscência, é tranquilo”, disse Rafael ao G1.
Ele também afirma que não só não participava das manifestações do dia 20 de junho, como nem sabia que iriam acontecer: “Nem sabia de nada que estava acontecendo naquele dia. O que eu queria era guardar o material que eu tinha recolhido para vender na feira”, falou em outubro ao G1. “Fui logo levado para um quartinho na delegacia. Quando fui colher digital, já na 5ª DP, vi uma das garrafas com líquido pela metade, acho que era gasolina ou álcool, e com um pano na boca da garrafa. Eu falei na hora que aquilo era uma covardia, mas ninguém ligou. Eu nem sei o que é um molotov (coquetel, tipo de explosivo artesanal). Sou inocente.”
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Fonte: Revista Ópera.