O espetáculo “Era Medeia”, entra em cartaz no Centro Cultural Justiça Federal

Com supervisão de Cesar Augusto, texto e direção de Eduardo Hoffmann, a peça faz uma reflexão sobre machismo, abuso de poder e exposição da vida privada. A atuação é de Hoffmann e da atriz Isabelle Nassar.

Foto Divulgação

Você sempre age de acordo com seus princípios éticos? Ou será que muitas vezes suas ações e comportamentos contradizem o seu discurso? A partir dessa reflexão se desenrola a trama do elogiado espetáculo Era Medeia, que entra em cartaz, dia 24 de outubro, no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), depois de uma série de temporadas desde 2019. Com supervisão de Cesar Augusto, texto e direção de Eduardo Hoffmann, além de argumento de Marina Monteiro, a peça se passa durante os ensaios de uma adaptação da tragédia “Medeia”, de Eurípedes, pano de fundo para uma discussão que também passa pelo machismo, o abuso de poder, exposição da vida privada e a importância do processo na criação artística.

Em cena, estão os atores Eduardo Hoffmann e Isabelle Nassar (que recentemente participou da novela “Travessia” e da série “Bom Dia, Verônica”). No espetáculo, eles vivem Pedro Lobo, um diretor excêntrico, e Verônica Albuquerque, uma atriz insegura. O público é convidado a assistir a um ensaio aberto do espetáculo no qual estão trabalhando juntos. Aos poucos, o passado deles vem à tona, e os espectadores passam a ser testemunhas de um acerto de contas íntimo entre os personagens.

“A escolha de Medeia como o texto que os personagens ensaiam tem um propósito: é um ícone da representação de uma mulher que rompe com os padrões sociais estabelecidos. Apesar de tomar atitudes cruéis, ela é uma personagem que não fica à mercê das decisões e escolhas dos homens à sua volta”, explica o ator e diretor Eduardo Hoffmann. “E aí é que está a contradição. O diretor está montando Medeia justamente para enaltecer a força dessa mulher que rompe com os padrões repressivos e, no entanto, o modo como ele lida com a atriz (que já foi mulher dele) é extremamente repressor e abusivo”, acrescenta.

A partir da exposição da vida íntima do ex-casal, “Era Medeia” também faz uma reflexão sobre os motivos de o público de hoje parecer se interessar mais pelos bastidores da criação do que pela própria criação.

“O fato de estarmos vivendo uma realidade social e política extremamente espetacularizada contribui para que o caráter ficcional da arte esteja cada vez mais com sua potência diminuída. E já faz bastante tempo que os reality shows tornaram as pessoas personagens mais interessantes aos olhos do público do que os personagens criados nas obras de ficção. É uma extrema necessidade de ser arrebatado pelo REAL, até porque o cotidiano atual está extremamente teatralizado”, analisa Hoffmann.

Sinopse: a relação pessoal entre um diretor e uma atriz é exposta durante o ensaio aberto de uma adaptação da tragédia Medeia.

Eduardo Hoffmann (autor, diretor e ator): Eduardo Hoffmann é ator e professor de teatro, formado em Artes Cênicas em 2006 pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Também trabalha como autor e diretor de espetáculos.

Isabelle Nassar (atriz): Isabelle Nassar é atriz e dramaturga. Pós-graduada em Filosofia Contemporânea (PUC), formada pela Martins Pena.

 

Confira a ficha técnica completa do espetáculo no site do CCJF.

 

SERVIÇO:

Espetáculo “Era Medeia”
Temporada: 24 de outubro a 29 de novembro de 2023.
Telefone: (21) 3261-2550
Dias e horários: terças e quartas, às 19h.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada).
Duração: 1h
Classificação etária: 14 anos
Venda de ingressos: pelo site Sympla e na bilheteria do CCJF, a partir das 17h.

Centro Cultural Justiça Federal: 

Endereço: Avenida Rio Branco 241, Centro – Rio de Janeiro – RJ

Telefone: 55 21 3261-2550

 

Atendimento à imprensa:

Centro Cultural Justiça Federal (CCJF)

E-mail: [email protected]

Telefone: (21) 3261-6432

1 COMENTÁRIO

  1. Centro Cultural da JF.
    Impressionante. A JF, antro de m0r0 & bretas, se preocupar com a cultura. “Agora vai”.

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