Por Redação.
No início do ano escolar diversos prefeitos de Santa Catarina (Joinville, Jaraguá do Sul, Criciúma, Balneário Camboriú, Blumenau e Brusque), além do próprio governador do estado, Jorginho Mello, manifestaram-se a favor da dispensa da obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 para matrícula escolar.
Segundo a epidemiologista e especialista na área da saúde familiar, Alexandra Crispim Boing, essa decisão dos prefeitos (suspensa pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, no dia 15/2) tem como intuito angariar votos nas eleições municipais desse ano. Afinal, os gestores tem acesso aos dados de transmissão e contágio da Covid e o suporte de técnicos dentro de suas equipes, “eles sabem que a vacina é importante para proteger a vida das crianças”, disse Alexandra em entrevista ao JTT.
A vacina foi responsável por erradicar diversas doenças no Brasil, Alexandra conta que o Programa Nacional de Imunização (PNI) iniciado na década de 60 foi responsável por uma importante redução na mortalidade infantil. No entanto, “a população mais jovem não tem dimensão disso (…) não sabe o que é uma epidemia de poliomielite, sarampo…”, comentou Alessandra.
Aliado à isso, uma movimentação muito forte anti-vax (anti-vacinação) foi trazida para o Brasil, com muito financiamento, dos EUA. Com a pandemia de COVID-19 e a polarização política, esse movimento acentuou-se.
Alexandra alertou que tivemos uma escalada nos casos de Covid-19 em Santa Catarina, com 6 mil casos e 36 mortes, somente no mês de fevereiro. Em contrapartida, a cobertura vacinal em crianças é “vergonhosa”, disse Alexandra, a população menor de 2 anos de idade tem uma cobertura de menos de 6% e menor de 11 anos de aproximadamente 39%.
As crianças são importantes transmissores de patógenos, por frequentarem a escola e possuirem um perfil imunológico que ainda possui baixa exposição à doenças. Ainda que não façam parte do grupo de risco da Covid, podem apresentar sintomas mais graves e inclusive vir a óbito.
O desestímulo da vacinação contra a COVID-19 produz efeitos colaterais, impacta na vacinação contra outras doenças e coloca em risco a vida das crianças.
Assista à entrevista completa no link abaixo: