Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.
Diversos movimentos sociais, sindicatos e profissionais das mais diversas áreas lançaram um manifesto pela construção de uma frente única de esquerda no Brasil. Desde sua fundação em 2007 o Portal Desacato defende essa necessidade, sempre e quando se trate uma frente classista de oposição ao modelo capitalista.
Não existe na nossa linha editorial uma ideia ilusória sobre a construção dessa ferramenta. A própria ideia de uma frente encampa diversos níveis de interpretação, formação, propósitos, horizontes e, sobretudo, precisa de humildade e despojo de algumas características de cada coletivo, movimento e partido, e até mesmo de interesses individuais. Não é fácil construir uma frente e mais ainda, se for amarrada a prazos eleitorais. No entanto, a construção de frentes de enfrentamento ao modelo de destruição da soberania e da classe trabalhadora, poderia ser o primeiro saldo importante, independentemente dos resultados eleitorais de novembro.
A plataforma da qual falamos tem alguns elementos importantes com os quais devemos concordar. Dentre eles a defesa das empresas estatais e públicas e a reestatização das que foram privatizadas, anulando também a entrega das riquezas do país, o que leva consigo a defesa da soberania nacional. Isso é central para a criação de fontes de emprego e a para a recuperação da dignidade humilhada da nação.
Também é interessante o apontamento sobre a distribuição das verbas públicas para atender a população carente que cresce no Brasil de forma assustadora. Do mesmo modo é necessário que se combatam as medidas que o estado tomou, através dos seus gestores eleitos, de forma legítima ou não, na procura de restringir as liberdades de expressão e organização social, para voltar a garantir a efetiva liberdade de expressão consagrada na Constituição Federal.
É correto assinalar que deve-se parar de vez com a criminalização dos movimentos sociais, exigência criada por Washington com a intrusão das Leis Antiterroristas que tem por finalidade proteger seus governos fantoches contra a resistência popular e resguardar o interesse de suas empresas saqueadoras ao longo do planeta.
A jornada semanal de 30 horas proposta no documento aumentaria a capacidade do país de gerar empregos. A regularização fundiária urbana, o fim do latifúndio e a revogação das reformas trabalhista e previdenciária são outros assuntos elencados.
Outros documentos que aludem à necessidade de construir frentes únicas, sociais e políticas surgiram e ainda surgirão. Na soma de todos eles precisamos reconhecer a linha mestre para a retomada das lutas populares, sem açodamento, mas, com persistência e responsabilidade históricas. É necessária uma estratégica que supere as pontuais táticas eleitorais. Depois das eleições municipais, seja qual for o resultado nacional, haverá muito que fazer e precisará de todas e todos.