Depois de uma extremamente bem sucedida e bem recebida tour pelo Reino Unido (a Glitter on Blood Tour), a Porno Massacre, velha representante do cabaré glam-punk, está de volta com um EP incrivelmente cativante e provocante, intitulado “O Carro do Amor Chegou”. Com uma nova formação e um som ainda mais ousado, o EP, gravado no Estúdio Aurora pelo Luis Tissot da Lixo Estranha Gravações, apresenta duas faixas inéditas de puro agito e provocação, trazendo reflexões enquanto faz as cadeiras balançarem e as pernas tremerem.
A primeira faixa, “Hipocrisia”, mergulha nas contradições e inconsistências daqueles que propagam o ódio às pessoas LGBTQIAPN+ e principalmente às pessoas trans. Pela primeira vez o guitarrista Bruno Gozzi divide os vocais principais com a vocalista Lupita Romero, em uma letra impactante, no estilo duelo, que questiona a sociedade que vive uma superficialidade de aparências enquanto encobre desejos e anseios tão pessoais. A melodia se divide em 3 partes distintas indo do hardcore pungente, passando pelo cabaré dançante e culminando num rock’n’roll garageira com a banda gritando em uníssono o mote principal da luta: “Todo transfóbico tem que morrer! LGBTfóbico tem que morrer!”.A segunda faixa, “Cookie é Bom”, aborda a perda da auto-estima e a constante insatisfação com a aparência no fenômeno social conhecido como Dismorfia de Instagram, em que a constante presença das redes sociais nas nossas vidas com a utilização de filtros e a idealização da forma física perfeita e da beleza fabricada das redes causa o foco obsessivo dos usuários em seus pontos considerados imperfeitos. A banda parte dessa nova doença mental e elabora uma crítica afiada à dependência das mídias sociais e ao culto à imagem, explorando os altos e baixos emocionais de uma era digital incessante, contínua e implacável.
A capa é um capítulo à parte com uma foto de Stephani Munique baseada num conceito visual e figurinos desenvolvidos individualmente pela própria banda e com arte de Rodrigo Fernandes.
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