Por Roberto Liebgott/Cimi Sul.
Os povos originários estão em Brasília,
Entre agendamentos e adiamentos,
Entre sessões curtas e sempre inacabadas,
Entre ameaças de golpes dos bolsominions e ruralistas,
Os povos indígenas dão demonstração de resistência,
No acompanhamento ao STF, que julga seus futuros.
Multiplicam-se em reuniões, vigílias e assistido as sessões de um julgamento,
quase inviabilizado.
Prolonga-se numa espécie de ritual de dor e incertezas,
Parece que agem para cansá-los,
Mas, eles, permanecem com sua força inesgotável.
Permanecem lá,
entre marchas e cantos,
entre ritos e danças.
As vezes com sede, fome e angústias,
Falta-lhes quase tudo,
Só não a coragem e a esperança.
Persistentes, porque discute-se lá no Planalto Central suas vidas,
seus direitos fundamentais.
E o de seus filhos e netos,
das novas gerações.
São os direitos da Mãe Terra,
E é disso tudo que se trata, agora, no STF.
Os filhos originários
não se amedrontam,
nem com o desfile dos insanos e covardes sobre a esplanada dos ministérios.
Com suas ameaças,
Suas armas e posturas desprezíveis.
Com seus deboches e
e negociatas no Parlamento, no Executivo e judiciário.
Permanecem lá!
Agora num encontro de mulheres,
altivas,
guerreiras,
determinadas,
entusiasmadas.
Acreditam na justiça,
que caminha lenta,
Como se fosse pra não chegar.
Mas elas sabem que a vida está acima de tudo.
Porque é isso a se discutir no tribunal,
E não se vai desistir dela,
Nunca se desiste da Mãe, do Pai e dos Filhos.
Nunca se desiste de ser sujeitos de direitos.
Apesar do cansaço,
Que não rouba a coragem,
Há de se seguir o canto:
Irá chegar um novo dia,
Um novo céu
Uma nova terra,
Um novo mar, e
E nesse dia, os oprimidos,
A uma só voz, a liberdade irão cantar.
Não ao Marco Temporal!
Demarcação Já!
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