Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Na quarta-feira, dia 15 de março, o ato de paralisação nacional contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e a retirada de direitos fez com que o povo retornasse para às ruas pedindo um basta ao projeto de morte do ilegítimo Michel Temer. Em São Miguel do Oeste que a princípio tinha programação marcada para iniciar no Salão Paroquial da Igreja Matriz logo pela manhã, os/as trabalhadores/as foram encaminhados/as para a Praça Central do município devido à grande quantidade de pessoas que saíram das escolas e de outros trabalhos para participar do ato.
O Professor Nelson Lolato fez um resgate sobre a história de lutas no Brasil, a Advogada Popular Ana Munarini contextualizou sobre os impactos da Reforma da Previdência e o Professor Lizeu Mazzioni também participou da conversa realizada na Praça ressaltando alguns elementos sobre as reformas.
A partir das 11h uma marcha foi feita pela cidade. Em frente da Prefeitura o Servidor Público Plaudenir Mallmann fez a leitura de uma reflexão que segundo ele, faz muito sentido nos dias de hoje. “Não dá para aceitar que o Brasil faça a experiência de um golpe. Quarta-feira, o Brasil está sendo entregue nas mãos, no comando dos demônios, dos que tem as forças econômicas, políticas, num grupo de mafiosos e milionários. Quais são os interesses que estão por trás? Será que as preocupações é mesmo a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, dos pobres, dos doentes, será que a preocupação é mesmo com a saúde, com a educação, com os abandonados, com as crianças que morrem de fome, com os indígenas, com os Sem Terra, com os sem casa, com os desempregados? Será que essa força econômica, política, ideológica tem essa preocupação? Que interesse tem por trás do grande capital, das forças internacionais, dos Americanos”?
Nesse mesmo sentido, o representante da Fetraf, Jonas Ansolin, convocou Prefeito da cidade para se posicionar sobre a Reforma da Previdência. “E aí Prefeito, vir pedir voto é fácil e agora defender os/as trabalhadores/as, como fica”?
Outros questionamentos percorreram a marcha em frente ao INSS e no comércio local. A Presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de São Miguel do Oeste, Ivanir Reisdorfer, convocou os trabalhadores e trabalhadoras para ocuparem às ruas. Ela questionou os empresários que permaneceram com as suas empresas abertas neste dia de paralisação. “O município de Descanso está de parabéns porque lá os comerciantes fecharam as portas, estão compreendendo o processo que estamos vivendo e que essas reformas vão prejudica-los também. Mas aqui em São Miguel do Oeste, qual apoio que os comerciantes estão dando hoje? Vocês lembram do “Tchau querida”? Quando o Governo disse isso referia-se a aposentadoria. “Tchau querida aposentadoria”. Sem aposentadoria, quem perde somos todos/as nós, os/as trabalhadores/as, o comércio, a sociedade. Não tem outro nome, é GOLPE no povo, nos empresários. Pelo menos quem não está nas ruas não nos chamem de vagabundos pois estamos fazendo a luta”.
Outra fala foi feita pelo militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Charles Reginatto. “O fim da Previdência Social vai quebrar os pequenos municípios. A corrupção era o pretexto que ‘eles’ usavam para derrubar uma Presidenta e para fazer as maldades que estão fazendo hoje. Tem momentos gente, que temos que ter clareza, permanecer no lado certo da história. Amanhã vai ser a Reforma Trabalhista que vão aprovar, querem acabar com a CLT, uma conquista de mais de 70 anos da classe trabalhadora”.
A marcha reuniu mais de mil trabalhadores/as vindos de toda a região segundo a Presidente do Sisme, Vaine Plautz. Ela destacou que o ato de paralisação teve como principal objetivo conscientizar a sociedade diante dos golpes que estão por vir com a votação das reformas. Além de São Miguel do Oeste, no município de Descanso e no Oeste Catarinense foram feitos atos de paralisação. A nível nacional, várias cidades também aderiram ao movimento.
Depois da mobilização realizada no dia 08 de março que reuniu mais de 1500 pessoas de todo o Oeste em São Miguel do Oeste, esse dia 15 também foi histórico. Agora é permanecer em luta. ‘O Brasil foi entregue aos demônios”, temos que entender isso. Quem apoia um golpe então está contra nós. Prefeitos, Vereadores, Deputados do Oeste Catarinense, a comunidade exige um posicionamento de vocês. Não existe meio termo, ou vocês estão do nosso lado ou não.