O banco e a moeda que não são do patrão: iniciativa de trabalhadores do campo em Alagoas

No JTT – A Manhã com Dignidade desta terça-feira (30/08) conversamos com Adriano Ferreira, Dirigente  Nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo – MTC e coordenador do Fundo Nacional de Permanência na Terra (FUNPET).

O MTC tem construído experiências para promover a inclusão social na agricultura familiar e combater a pobreza. Sua primeira ação foi o projeto fogão solidário, um programa de implantação de fogões ecológicos em sistema de fundo rotativo. Em 2019 receberam um prêmio das Nações Unidas (ONU) pelo trabalho de combate à desertificação.

No dia 19 de agosto desse ano o MTC lançou um banco e moeda própria, a moeda chamada “Caatinga é-dinheiro” tem o mesmo valor do real. É uma moeda de circulação regional em 7 municípios do sertão alagoano. Compra-se a moeda no comércio local e pode ser utilizada para pagar conta de luz, água, mercado, etc.

Adriano pergunta: é possível construir outro modelo econômico? A resposta é sim, diz ele, quando o povo se organiza e constrói instrumentos de mudança. A gestão do banco é coletiva, com engajamento e comprometimento da comunidade para o combate à fome e o êxodo rural.

O Banco FUNPET é filiado à rede de bancos comunitários e a moeda é impressa pela Rede Brasileira de Bancos Comunitários. A rede é coordenada pelo Banco Palma, o primeiro a criar uma moeda social no Brasil. O Banco Palma surge em Fortaleza idealizado por Joaquim Melo, chamado de “banqueiro dos pobres”.

Para utilizar o banco é cobrada uma taxa de 2%, mas diferente dos bancos convencionais esse valor é utilizado para melhorias na própria comunidade e incentivo à produtores das cooperativas e microempreendedores.

Assista à entrevista completa no link abaixo:

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