Quando houve oportunidade de debate e do contraditório, mesmo que abaixo das necessidades em função da complexidade dos temas, setores crescentes da população perceberam que as medidas encaminhadas são extremamente prejudiciais ao país e aos trabalhadores. Tem sido o caso do debate da contrarreforma da previdência, que os golpistas pretendiam, inicialmente, aprovar ainda no primeiro semestre de 2017. Na medida em que se conseguiu, minimamente, fazer a discussão e se desmontar as falácias divulgadas pelo governo, aumentou na mesma proporção a rejeição à contrarreforma. Razão pela qual, inclusive, o governo recuou do prazo de aprovação, optando em aprovar primeiro a contrarreforma trabalhista.
Assim, mesmo com toda a blindagem da grande imprensa e com o apoio do capital financeiro, o governo amarga uma crise, traduzida, por exemplo, pelas dificuldades em aprovar a contrarreforma da previdência, uma importante fatura do golpe, que está sendo cobrada pelos seus patrocinadores. E a tarefa não será fácil, para um executivo que tem a maior taxa de rejeição da história da República, com reprovação de 97% da população. Segundo o Ibope, em pesquisa realizada entre os dias 7 e 10 de dezembro, 59% dos brasileiros acham o governo Temer “pior” que o anterior, e apenas 10% o consideram “melhor”. Os institutos de pesquisa nem perguntam mais o que a população acha, atualmente, do impeachment, porque já sabe que a rejeição é absoluta. O fenômeno tem uma causa principal muito objetiva, que é a piora das condições de vida dos brasileiros.