Por Lucas Estanislau.
Passear pela discografia de Joan Baez é se deparar com diversos momentos da história dos Estados Unidos e do mundo. A grande depressão, o movimento sindical, a guerra do Vietnã e a luta pelos direitos civis são alguns temas eternizados em canções da cantora e compositora norte-americana.
Entretanto, para os fãs que ainda não tiveram a oportunidade de ouvi-la cantar ao vivo, restarão os mais de 30 discos gravados. Joan Baez anunciou o encerramento de sua carreira durante um show no Teatro Real de Madri, na Espanha, na última segunda-feira (29/07). Um dos principais nomes da música popular norte-americana, a cantora folk justificou a despedida afirmando que sua voz já não proporciona mais as condições desejáveis para se apresentar.
“Eu gosto desta voz. Ela não tem nada a ver com a voz que eu tinha há 50 anos, nada, mas eu estou gostando dela. Embora, ao mesmo tempo, também é muito difícil manter o trabalho”, disse a artista de 78 anos à revista Rolling Stone.
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Com um repertório que trazia canções de grandes compositores como “Suzanne”, de Leonard Cohen, “Don’t think twice it’s all right”, de Bob Dylan, e clássicos do cancioneiro folclórico norte-americano como “House of rising sun” e “Joe Hill”, Baez se apresentou pela última vez para cerca de 1.700 pessoas e encerrou o show derradeiro com a balada “Fare Thee well” (Adeus a vocês), canção que gravou pela primeira vez em seu disco de estreia, “Joan Baez”, de 1960.

Nascida em Nova York, filha de pai mexicano e mãe escocesa, Baez domina o espanhol muito bem e sempre gravou canções na língua. Em 1974, a cantora lançou “Gracias a la vida”, álbum no qual homenageia a grande artista chilena Violeta Parra e envia uma mensagem de solidariedade ao Chile, país que havia acabado de cair nas mãos do ditador Augusto Pinochet após o golpe que derrubou o governo popular de Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973.
