Novo programa: Vida em Resistência – Marco Temporal Indígena

O Portal Desacato e a Cooperativa Comunicacional Sul, com apoio do Conselho Indigenista Missionário, CIMI Sul, apresentam o programa que traz denúncias e informações sobre as realidades das comunidades indígenas da região Sul.

Apresentação: Julia Saggioratto.

Olá, começa agora o programa Vida em Resistência, uma produção da Cooperativa Comunicacional Sul com apoio do Conselho Indigenista Missionário – CIMI Sul. Todos os sábados, às 10 horas da manhã o programa será veiculado no Portal Desacato. Hoje eu, Julia Saggioratto, trago os informes sobre a questão indígena antecipadamente, pois amanhã, quarta-feira, as comunidades indígenas estarão novamente mobilizadas contra o Marco Temporal, assunto que vamos tratar nesse programa.

No dia 16 de agosto, data em que o Marco Temporal estaria em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um processo que pede a nulidade de títulos concedidos pelo governo do Rio Grande do Sul a agricultores que ocupavam, ainda em 1994, a Terra indígena Ventarra, no município de Erebango, norte do Rio Grande do Sul, inúmeras lideranças estiveram mobilizadas em Brasília para sensibilizar ministros do STF e autoridades contra a tese. A votação foi adiada mas a discussão sobre o Marco Temporal continua.

O Marco Temporal para quem não conhece, determina que apenas as comunidades estariam ocupando ou disputando judicialmente os territórios tradicionais no dia 5 de outubro de 1988 teriam direito de discutir e defender a posse da terra. Quem habitou historicamente o território e não possui provas da existência das populações indígenas  antes desse período automaticamente seriam expulsos do território.

Gilmar Salles, da Terra Indígena Ventarra participou da mobilização em Brasília para lutar contra o Marco Temporal.

ÁUDIO GILMAR SALLES

O que torna o Marco Temporal ainda mais perigoso para as populações indígenas é o parecer anti-demarcação 001/17 do governo Temer, que obriga todas as repartições públicas e os servidores públicos que trabalham nesses espaços de discussão das demarcações a seguir estritamente a tese do Marco Temporal em suas atribuições. Valter Garcia, que também mora na Terra Indígena Ventarra fala sobre a luta realizada em Brasília, considerando que a TI onde ele vive é um dos alvos dessa tese do Marco Temporal.

ÁUDIO VALTER GARCIA

Para dificultar a luta dos povos, a portaria de Michel Temer obriga, inclusive, a Funai e os funcionários da Coordenação Geral de Identificação e Delimitação a implementar o Marco Temporal. Do contrário sofrerão punições. Diego Candinho, também da Terra Indígena Ventarra, explica a situação da TI onde vive.

ÁUDIO DIEGO CANDINHO

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) chama  todas as suas bases: povos, comunidades, organizações e lideranças indígenas, a se mobilizarem amanhã, 13 de setembro, para se colocarem em frente aos escritórios da Advocacia Geral da União ou espaços públicos que permitam visibilidade para manifestar sua contrariedade às medidas anti-indígenas do governo de Michel Temer, pela revogação imediata do Parecer 01/2017 da AGU e da Portaria n° 683, que anula a declaração de tradicionalidade Guarani da terra indígena Jaraguá, no estado de São Paulo, bem como pela continuidade do seu processo de demarcação e de outras tantas terras indígenas do Brasil.

O nosso programa fica por aqui. Até sábado.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.