Por Unidade Classista.
Iniciamos 2017 como se 2016 não estivesse acabado, os ataques aos direitos dos trabalhadores parecem não ter fim, o ilegítimo governo Temer segue a sua sanha de legar aos trabalhadores as condições mais miseráveis possíveis e possibilitar que as oligarquias que tanto nos assolam continuem com mais poder e aumentem a exploração sobre nós.
Vamos destacar dois conjuntos de ataques que nos afetam diretamente. No primeiro temos a situação da profunda reforma da previdência que visa alterar a idade de aposentadoria. No que concerne aos professores isso significa sair de uma condição de aposentadoria especial para o que é a aposentadoria dos trabalhadores em geral, onde todos se aposentarão com 65 anos de idade, sejam homens ou mulheres. Ainda assim, se tiverem todo o tempo devido de contribuição, senão somente receberemos proporcionalmente. Para as mulheres trabalhadoras se trata de um imenso ataque, pois vai deixar as suas condições de vida e saúde muito mais precárias.
Isso somado ás péssimas condições de trabalho, com salas superlotadas, falta de laboratórios e materiais, nos deixam em condições muito mais precárias para conseguirmos efetivar uma proposta de educação que emancipe os filhos da classe trabalhadora.
Nesse bojo temos a reforma do ensino médio, que espera votação no senado federal, e que de forma totalmente autoritária propõe uma mudança radical na organização desse período de ensino. Reforma que foi feita sem diálogo com a sociedade e sem levar em conta os interesses dos estudantes e daqueles que trabalham com a educação.
Além disso, temos que lembrar que as perdas salariais se avolumam para os professores e demais profissionais da educação da rede estadual pública catarinense. Tivemos a nossa regência de classe incorporada, o que nos deixa em condição de não ter tido reajuste do piso salarial recém aumentado em janeiro último, pois o nosso suposto salário base em SC é maior que o piso. Só que esse dinheiro já era recebido antes, e com a incorporação estamos acumulando perdas, pois a inflação teve índices alarmantes no último ano, e sequer temos a expectativa dessa reposição.
Todos esses elementos precisam ser devidamente colocados: nosso sindicato, que é o maior do estado, tem priorizado uma política de fortalecimento de sua infraestrutura, quando deveria estar preocupado em solidificar a formação e a informação da base.
Dado o imenso conjunto de ataques que temos sofrido, o mesmo tem permitido que nos informemos pelos meios da ordem, pois não tem produzido jornais ou outros materiais que fossem distribuídos maciçamente junto aos trabalhadores da educação, ou seja, não tem feito a disputa da contrainformação.
O sindicato está reformando um prédio na capital que visa ser a sede estadual, a um custo que deverá chegar aos 8 milhões de reais. Um valor suntuoso, para um momento em que há um vertiginoso empobrecimento da categoria. E, deve gastar ainda mais 2,5 milhões até 2020 na aquisição de sedes regionais.
Enquanto isso, o fundo de greve está em 900 mil reais. A história do movimento sindical mostra que o fundo de greve tem de ser o elemento prioritário na configuração de um trabalho sindical, pois é ele que irá garantir que os trabalhadores de forma solidária conseguirão resistir ao período sem salários, que não se dobraram as ameaças de patrões e governos.
Estamos ás vésperas de uma greve nacional da educação, a iniciar-se segundo o chamado da CNTE, em 15 de março próximo. Motivos para a greve não nos faltam, como tantos levantados acima e não podemos ficar parados nesse momento, mesmo que a confiança naqueles que dirigem a entidade não seja a tônica que temos tido devidos as derrotas que temos acumulado pela sua politica de conciliação com os governos.
O momento é dramático para os trabalhadores, e o SINTE-SC tem que ser protagonista na luta, por isso defendemos:
– Uma política de contrainformação sobre os ataques produzida e amplamente divulgada pelo sindicato, que realmente chegue às escolas;
– A prioridade do momento é o estabelecimento de um grande fundo de greve, para que possamos financiar a resistência a esse conjunto de ataques;
– Um trabalho que exponha o atual quadro das escolas, quais estão sendo fechadas? Quantos professores são ACT’s? Qual é a real infraestrutura das mesmas? Qual é o volume de nossas perdas salariais?
– A total transparência do sindicato: tem que divulgar aos seus filiados todas as atas de reunião dos conselhos deliberativos e da diretoria estadual, a divulgação dos contratos de prestação de serviços jurídicos, contábeis e de imprensa, a divulgação do contrato de reforma do prédio da nova sede.
– A articulação dos fóruns escolares nos grandes centros urbanos, a exemplo do que era o fórum do maciço do morro da cruz em Florianópolis, como elementos facilitadores da organização e da luta dos trabalhadores em educação.
E, bradamos contra:
– A reforma da previdência;
– A reforma do ensino médio;
Queremos:
– A reposição das perdas salariais;
– o abono das faltas de greve;
– o fim das perseguições políticas nas escolas;
– a realização de um novo concurso público;
Todos á luta! A construção de uma greve nacional da educação e por uma greve geral!
Nenhum direito a menos!
Imagem tomada de: Tudo Mais