Ao completar 50 dias de Greve, o governo Sartori segue desrespeitando os educadores, os pais, os estudantes e a comunidade escolar ao cancelar a audiência com o CPERS. O governo insiste no discurso em que a única saída é a adesão ao regime de recuperação fiscal, o qual sabemos que se for aceito irá congelar os investimentos nas áreas essenciais à população, educação, saúde e segurança; estenderá o arrocho salarial até 2020 e aumentará em R$ 30 bilhões a dívida com a União, além de impor a privatização.
Ao invés de buscar alternativas para o término da greve, com a apresentação de propostas, Sartori ataca, cada vez mais, os professores e os funcionários de escola e semeia ilusão para a sociedade, fingindo um diálogo e uma negociação que de fato nunca existiram.
Do início da greve até agora, foram conquistadas pelo CPERS, através da pressão da categoria, quatro audiências. Em nenhuma delas, o governo demonstrou interesse em solucionar o impasse e nem preocupação com os educadores, os estudantes, os pais e a comunidade escolar.
Sartori segue fingindo preocupação, mas suas ações o contradizem, pois acentuam a permanência do impasse. Para a imprensa e a sociedade tenta vender a imagem de diálogo e negociação. Mas, na verdade, tem uma postura totalmente autoritária, constatada em ataques como: ameaça de corte de ponto e demissão de educadores contratados. Como se não bastasse, o último absurdo proposto pelo governo, foi o remanejamento de estudantes de escolas em greve para instituições em que a paralisação ainda é baixa. Ação que expressa bem o descaso com o direito constitucional a uma educação pública de qualidade.
Até agora, os únicos que demonstraram, realmente, preocupação e interesse em resolver o impasse foram os educadores, os estudantes e os pais. Toda a sociedade gaúcha quer uma solução, exceto o governo. Inclusive, os interlocutores, o secretário da educação, o empresário Ronald Krummenauer, o chefe da Casa Civil, Fábio Branco e a secretária adjunta da educação, Iara Wortmann, que o governo coloca para o pseudo diálogo com o CPERS, não tem nenhum poder de decisão.
O diálogo tão afirmado pelo governo ocorre mesmo é com uma parcela dos grandes empresários para os quais concede isenções fiscais e benefícios. Por que o governo não escolheu essa parcela para “resolver a crise”? Por que o peso do ajuste fiscal recai sobre os ombros dos trabalhadores, atingindo as políticas públicas e penalizando toda a comunidade gaúcha?
Após o exposto acima, fica claro que o governo é irresponsável, prejudica os alunos e não tem compromisso com a educação. Mais do que nunca, o encerramento do ano letivo está nas mãos do governo Sartori. Nesta quinta-feira, dia 26, o CPERS realiza Aula Cidadã e Ato Show para denunciar os ataques do Sartori à população. Diante da continuidade do escalonamento dos salários, já previsto para o final deste mês, o CPERS realiza Assembleia Geral Extraordinária no dia 31 para fortalecer a luta em defesa da educação pública e contra os ataques e ameaças deste governo arbitrário.
Comando Estadual de Greve do CPERS
Fonte: CPERS.