Nota Oficial do PSOL SC sobre o julgamento do Caso Mariana Ferrer

    O PSOL Santa Catarina vem manifestar seu repúdio à forma como se deu o julgamento do caso Mariana Ferrer e as posturas misóginas e desrespeitosas do advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, do Juiz Rudson Marcos e do Promotor de Justiça Thiago Carriço de Oliveira, que humilharam e causaram sofrimento à vítima. Durante a audiência de julgamento, promoveram uma verdadeira violência psicológica. Essas atitudes atingem não somente a Mariana Ferrer, mas a todas as mulheres, que sentem no dia a dia as consequências do machismo estrutural.

    As estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a cada 8 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Santa Catarina está em quarto lugar em quantidade de casos e Florianópolis também ocupa a quarta colocação em maior número de estupro. A violência de gênero se prolifera pela sociedade brasileira e contribui para um mundo cada vez mais perigoso para as mulheres. O caso Mariana Ferrer está longe de ser isolado. Porém, nem todas as mulheres tem condições e apoios familiares e psicológicos para denunciar seus algozes. A vítima sabe que sempre será julgada e culpabilizada pela sociedade e pelo poder público, mais do que o próprio criminoso, principalmente se ele faz parte de uma elite branca. Como se isso não bastasse, ainda tem o medo e a vergonha que irá enfrentar. Por isso, é tão difícil fazer uma denúncia. É preciso pensar em formas de acolhimento às vítimas, para que tenham a possibilidade real e segura de fazer suas denúncias sem traumas.

    Mariana Ferrer, de 23 anos, foi violentada duas vezes: a primeira em dezembro de 2018, quando fazia seu trabalho, no Café De La Musique, e a segunda agora, em 2020, ao ter que enfrentar a justiça machista, ser xingada, humilhada e ouvir expressões do tipo “estupro culposo”, como desculpa para inocentar o homem que é acusado de violentá-la. Não à toa, o réu faz parte de uma elite, que tem seus patrimônios e interesses protegidos pela justiça e que valoriza o patriarcado, colocando a mulher em posição de submissão e vulnerabilidade.

    O PSOL Santa Catarina também presta solidariedade a Mariana Ferrer e convoca sua militância para se manter na luta contra todo e qualquer ato violento, misógino, machista, racista, homofóbico ou de qualquer outro tipo de preconceito e discriminação.

    Não é não!

    Nenhuma a menos!

    Mexeu com uma, mexeu com todas!

    Diretório Estadual do PSOL e Coordenação Estadual de Mulheres do PSOL/SC

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