Vivemos em nosso país uma retomada selvagem da violência contra os que lutam pelo povo, nos últimos períodos mulheres, homens e jovens tombaram por defender os direitos da classe trabalhadora do campo e da cidade, o assassinato da companheira Nilce de Souza Magalhães, mais conhecida como Nicinha é mais um exemplo cruel das ações que o capital vem desprendendo em nome do lucro e da acumulação.
Nicinha desapareceu em Porto Velho (RO) dia 7 de janeiro de 2016, seu corpo foi encontrado cinco meses depois, no dia 21 de junho, há apenas 400 metros de sua antiga moradia, no acampamento de pescadores localizado no rio Mutum no fundo do lago da UHE Jirau. A companheira foi vítima de uma violência brutal contra a vida humana, Nicinha lutava em defesa das populações atingidas pelas barragens e denúncias de violações de direitos humanos cometidas pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), responsável pela UHE Jirau. Em Rondônia, onde vivia há quase cinquenta anos, foi obrigada a se deslocar para “Velha Mutum Paraná” junto a outros pescadores. No local, não existia acesso à água potável ou energia elétrica.
Nicinha, realizou diversas denúncias ao longo desses anos, participando de audiências e manifestações públicas, nas quais apontou os graves impactos gerados à atividade pesqueira no rio Madeira. As denúncias geraram dois inquéritos civis que estão sendo realizados pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual sobre a não realização do Programa de Apoio à Atividade Pesqueira e outro, de caráter criminal, em função de manipulações de dados em relatórios de monitoramento.
A dor dos atingidos e atingidas por barragens pelo assassinato de Nicinha também é a nossa dor, no entanto afirmamos que essa dor nos instiga a continuar a luta de Nicinha pra derrotar o capital e todo seu império, repudiarmos essa ação do capital onde vidas estão sendo ceifadas, e nos solidarizamos com os atingidos e atingidas, a nossa luta é uma luta de vida pela soberania dos povos. Em tempo Exigimos esclarecimentos e a punição imediata de todos os envolvidos no assassinato, além da investigação completa sobre as motivações do crime. Somos solidários e estendemos as nossas condolências à família da companheira Nicinha, ao povo atingido por barragens que seguem sofrendo ameaças por lutarem por seus direitos.
“Pelos nossos mortos, nenhum minuto de silencio, mais toda uma vida de luta”
Do sangue dos que tombaram por nós Vai nascer nova luz, nova voz A ida do que é forte, não é morte É vida pra sempre, pra sempre Presente, presente, presente.Autor: Neudo Oliveira.
Fonte: MAB.