O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Regional Sul, vem a público repudiar o ataque sofrido pela Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, ocorrido no último dia 04, que ocasionou a queimada de três casas, decorrente de um incêndio criminoso. Assim como, repudiar o descaso e omissão da prefeitura do município de Guarulhos e da Funai, sobre a proteção territorial que se faz necessária para a segurança do território e da vida dos indígenas que ali se encontram.
Com famílias dos povos Tupi, Pankararé, Pankararú, Xucuru de Urorubá, Kaimbé, Wassu Cocal, Guajajara e Kariri Xocó, a Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra é uma retomada territorial como parte da organização dos povos indígenas presentes no contexto urbano da cidade de Guarulhos, que desde 2017 vivem nessa área, com dificuldades de políticas específicas, infraestrutura e saneamento básico.
As casas que foram queimadas, foram construídas pelos indígenas de forma tradicional, sendo utilizadas pela comunidade como espaço para a realização de rituais tradicionais, fortalecimento espiritual, encontros e reuniões, sendo um espaço utilizado por cada povo e também de forma multiétnica.
O ataque sofrido pela Aldeia Multiétnica evidencia o descaso e a morosidade da Prefeitura de Guarulhos e da Funai em oficialmente reconhecer o território como Reserva Indígena, garantindo a proteção territorial a essa área, que se encontra vulnerabilizada e sem demarcação física. A comunidade está cansada de se sentir ameaçada e de ficar sem respostas dos órgãos competentes.
O Conselho Indigenista Missionário, Regional Sul, reafirma seu compromisso na defesa dos direitos dos povos indígenas e da importância dos seus territórios para a defesa da vida e do bem viver.
Chapecó, SC, 06 de abril de 2021- Conselho Indigenista Missionário Regional Sul.