A Associação de Pais e Professores (APP) do CA-UFSC tem acompanhado de perto, questionando, dialogando e construindo ações conjuntas com as/os profissionais do colégio,
ininterruptamente, desde março de 2020 até a presente data.
Após o Decreto Nº 515, de 17/03/2020 do Governador de SC, vivemos dias em que ninguém sabia da real dimensão do que estava acontecendo e não se sabia o que fazer, além de se resguardar e esperar novas orientações.
Após quinze dias da suspensão das aulas (31/03/2020), representantes de pais e mães da
APP entraram em contato com a Direção de Ensino, para solicitar um posicionamento e uma comunicação da escola, do que resultou o primeiro áudio (e outros subsequentes) da profa. Marina, direcionado aos estudantes e famílias.
Concomitantemente a esse contato com a Direção, redigimos e direcionamos (02/04/2020)
uma comunicação formal à Reitoria, com cópia à Direção do CA, solicitando uma posição a
respeito da situação.
Como resultado dessas ações, a Direção do CA convocou 4 Colegiados Delegados extraordinários (02, 09, 27/Abr e 04/Mai), via plataforma de videoconferência, para tratar sobre a situação gerada pela pandemia de Covid-19 e a consequente suspensão das aulas. Representantes das famílias participaram das reuniões do Colegiado, expondo dúvidas, angústias e fazendo propostas concretas para avançarmos em ações.
Dessas participações em órgão colegiado, o CA aceitou 3 propostas concretas, solicitadas pelos representantes das famílias na APP: a) criar canais de comunicação institucionais regulares para gerar contatos entre o colégio e as famílias; b) propor atividades pedagógicas, sem serem substitutivas dos conteúdos regulares, nem tendo caráter avaliativo ou de cobrança posterior, c) criação de uma Comissão Especial de gerenciamento dessa situação extraordinária, com representação de todos os segmentos da comunidade educativa, contemplando 3 mães/pais, um por segmento (que não fossem membros da diretoria da APP, para ampliar a participação e representação de opiniões).
Desde abril de 2020, alguns docentes começaram a oferecer Atividades Pedagógicas Remotas não obrigatórias, precisamente, aprofundando aquela solicitação de diálogo do colégio com as famílias e de presença das/dos docentes no dia-a-dia das/dos estudantes nas suas casas. Essa proposta se estendeu durante os meses de maio e junho de 2020.
Quando foi anunciado que em julho iniciariam as aulas regulares, porém na metodologia de Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNPs), a APP questionou a respeito das condições materiais efetivas para que essa proposta fosse realizada com equidade e justiça (ver Notas de Esclarecimento de 08/05/2020). As dúvidas foram esclarecidas e foram explicadas as medidas a serem tomadas para garantir acesso às APNPs a 100% das/dos estudantes. Desde então, as APNPs têm acontecido, completando o ano letivo de 2020 e no de 2021, todos os dias, em todas as disciplinas, fora as situações em que a escola não dispunha de docentes, seja por aposentadoria ou por fim de contrato, somadas à dificuldade de efetivar processos seletivos ou concursos. Situações que vimos serem resolvidas, na medida das possibilidades do colégio, dependendo das demais instâncias. Desde julho de 2020, são oferecidas aulas síncronas, via plataforma virtual, com tempos pedagogicamente adaptados, seguindo orientações de especialistas sobre a exposição de crianças às telas eletrônicas, assim como atividades assíncronas. Vimos que tudo foi adaptado a essas novas exigências, e não ficaram de fora os processos avaliativos, dentro de uma perspectiva processual e contínua.
Da mesma maneira, todas/os as/os demais profissionais, sejam docentes, coordenações pedagógicas, orientadoras/es pedagógicas/os, secretaria, enfermagem, assistentes sociais, pedagogas de Educação Especial e todos os setores do CA, não se ausentaram destas transformações e adaptações e realizar seus trabalhos.
Problemas de comunicação e necessidade de ajustes nas novas estratégias não faltaram, mas nada fora do normal numa escola, aliás, nada fora do razoável, numa instituição que teve que repensar todas suas rotinas, reaprender suas estratégias, com docentes e técnico-administrativos que tiveram que se capacitar no manejo de novas ferramentas e tecnologias, em pouco tempo, assim como ter que ensinar às/aos estudantes e aos adultos responsáveis das crianças a utilizar esses recursos.
Nas aulas, temos percebido que as/os docentes, além de ensinar os conteúdos regulares, têm uma profunda sensibilidade e preocupação para com as novas situações e problemáticas enfrentadas pelas crianças e adolescentes, oferecendo espaços pedagógicos o mais acolhedores possível.
As/os estudantes também têm acesso às aulas de recuperação de estudos no contraturno.
Além das aulas regulares, as/os estudantes também tiveram acesso a atividades extracurriculares, como as rodas de conversa, para abordar, junto a profissionais, assuntos pontuais que podem estar preocupando às/aos estudantes neste período de distanciamento social.
Lembramos que essas atividades e rotinas, através destas estratégias, se direcionam ao atendimento de estudantes de diferentes bairros da cidade, diferentemente das escolas municipais ou estaduais, que atendem a comunidade local.
Enfim, estas são algumas das atividades principais e corriqueiras que familiares e docentes
temos presenciado e protagonizado durante este período de pandemia no Colégio de Aplicação.
Portanto, qualquer afirmação em contrário apenas explicita o desconhecimento do dia-a-dia do colégio, quando não a falta com a verdade.
Esperamos ter contribuído para que a população de Florianópolis e as/os ilustres Representantes do povo catarinense se aproximem da realidade do CA-UFSC.
Desde já, agradecemos a atenção e nos despedimos muito cordialmente.
Diretoria
APP-CA-UFSC