Nesta terça-feira, dia 21 de novembro, as palavras “fora macacos”, “brancos no topo”, junto de suásticas nazistas foram encontradas na sala do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais. Ao lado, o nome de três estudantes negros\as de Ciências Sociais.
Depois de meses de debate, espaços de conscientização, rodas de conversa e incansáveis momentos de reflexão, nos encontramos novamente com essa situação. A ferida de um povo é novamente motivo de discurso de ódio contra a negritude.
Não nos cabe aqui ressaltar nosso repúdio a essas pessoas, que certamente munidas de sua colocação social privilegiada se utilizam dessa artilharia racista, repetindo mecanismos de segregação já conhecidos, e que objetivam mais uma vez colocar-nos em sofrimento.
Se a vontade dos racistas é nos ver fora dos espaços, que vejam-nos tomar todas as frentes na sociedade e clamar em alto e bom tom: “teu racismo só nos gera repulsa e fortalece a vontade de lutar”.
Para nós, a solução está sim em debater abertamente o racismo. Em fazer com que nos vejam, e por mais que não saibamos seus nomes, que jamais esqueçam os nossos. Que mecanismos antirracistas sejam utilizados contra toda forma de preconceito e exploração, como cotas raciais na pós graduação, disciplinas que debatam na Universidade o papel do negro na sociedade, por visibilidade para negras e negros nos cargos de destaque. É atuando nos processos contra-hegemônicos que reafirmamos a diferença e o respeito a ela. Que continuemos nadando contra a corrente, fazendo de cada opressão sofrida um direito conquistado.
A academia, historicamente acessível apenas à elite, se coloca aqui como difusora da discrepância racial e do abismo de desigualdade que o povo negro está submetido.
Queremos um basta imediato e efetivo! Um basta que se reflita em conquistas para os grupos vulneráveis, mostrando esperança em meio ao caos político e a degradação dos direitos.
Que a luta seja nossa essência, e as conquistas de direitos a nossa salvação.
Diretório Livre do Direito
Gestão Primavera 2016\2017