Por Bruno Rosa Ramos.
O Monumento às Vítimas do Descobrimento da América foi construído no ano de 1995 em homenagem aos povos e a cultura existente no continente americano antes da chegada de Cristóvão Colombo às “Índias Ocidentais”, fato que marcou o início do processo de colonização europeia na América. O projeto foi escolhido em um concurso internacional promovido pelo Departamento de Arte e Cultura (DAC), Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Museu de Arqueologia e Etnologia (Museu Universitário) e pelo Centro de Filosofia e de Ciências Humanas (CFH), que avaliou 80 obras de artistas do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Peru e Chile.
A Obra
Criada pelos artistas Ivens Fontoura, Marcia Simões e Aurora Mendes, o obelisco representa uma linha do tempo que é firmada ao centro de uma base quadrangular onde, em uma metade, a água representa o Oceano Atlântico, e em outro a grama representa o continente americano, que é cortada por uma barra transversal simulando o Tratado de Tordesilhas, que dividiu as terras recém-descobertas entre a Coroa portuguesa e espanhola.
A chegada dos europeus é simbolizada com uma inserção de placas de metal oxidado no obelisco, que muda de direção representando o grande impacto cultural causado no desenvolvimento dos nativo-americanos. Na parte inferior estão gravados símbolos que representam produções das sociedades pré-hispânicas que, na parte superior, vão gradativamente sendo substituídos por figuras que representam outras sociedades que se estabeleceram após a colonização.
O Projeto América
O “Projeto América: 500 anos de dominação” surgiu na Universidade em 1989, com a necessidade de levantar discussões e promover debates, estudos e pesquisas que contribuíssem para uma melhor compreensão sobre o processo de colonização europeia na América e suas consequências para os povos nativo-americanos e toda sua organização social, histórica e cultural. Em 1992 foi encaminhado ao Conselho Universitário (CUn) uma proposta para construção de um monumento em homenagem a esses povos. Entre as justificativas para a execução do projeto estavam: ser um marco simbólico dedicado às populações indígenas da América; ser uma crítica à forma como foi iniciado o processo colonial; propiciar maior identificação com a história do continente e servir de reconhecimento da diversidade étnico-cultural.
Foto: Reprodução/UFSC
Fonte: UFSC