Por Elenira Vilela, para Desacato.info.
Quando aceitei a tarefa de escrever aqui fiquei um pouco insegura de se daria conta e se teria assunto para escrever uma vez por semana uma coluna em um Portal tão importante da mídia independente. Bom, dar conta de escrever ainda é um problema, mas o maior é escolher e delimitar o tema, porque assunto não falta. Nas últimas semanas que: a Bolsa de NY cai muito e parece que o mercado vai colapsar novamente, derrotamos a Reforma da Previdência (pelo menos por enquanto), sofremos mais uma intervenção militar e vemos crianças emparedadas sendo revistadas e generais na TV pedindo salvo conduto para matar, avisando que vão matar, mais duas universidades sofrerem ataques contra sua autonomia (ex-reitor da UFJF preso e ameaça de censura do MEC em disciplina da UNB), vemos e vivemos uma grande mobilização popular em todo país no último dia 19 (que recebeu bela cobertura aqui no Portal), mais uma demonstração do projeto político com aparência de estupidez encaminhado por certo playboy que compõe a nossa bizarra macha câmara de vereadores de Florianópolis, estamos próximas de mais uma Greve Internacional de Mulheres #2018M e trabalhando muito para organizar, descubro mais um ato que demonstra o quanto avança e se aprofunda a submissão absoluta dos resquícios desse nosso frágil Estado nacional aos interesses privados e o Vampiro parece dar sinais de querer ficar por mais tempo… UFA!!
Ah, mas tem também…
Não, chega!
Enfim, o problema tem sido recortar que aspecto da realidade abordar, como articular as ideias sem virar um simples turbilhão de acontecimentos destacados e pouco analisados (exatamente como fiz ali acima). Difícil é não se sentir rolando no meio de uma imensa onda, não se sentir passageiro no veículo do qual devemos ser os motoristas. Difícil é manter a “mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo” e seguir, ouvir, refletir, aprender, contribuir, organizar, formar, enfrentar e permanecer viva, #nosqueremosvivas, #nosqueremosvivos. Difícil mas necessário. Difícil mas não temos a opção de nos entregar, só temos a opção de continuar, só temos essa vida pra viver e só temos esse mundo para deixar pros próximos humanos.
Para isso precisamos ser solidários (muito solidários), estudar, ter companheirismo, retomar confiança, construir unidade, pensar muito em cada passo que damos, dar os passos necessários, não submeter a riscos desnecessários e, ao mesmo tempo, não se acovardar. E podemos vencer! E vencemos!! Vencemos algumas batalhas!! Vencemos algumas guerras e podemos vencer o capitalismo!! Nas próximas semanas vou tentar escrever sobre esses temas que listei, isso se a conjuntura permitir e não atropelar com novos ataques, novas vitórias, novas mudanças de curso, novas crises e novas derrotas. Mas ela vai, sei disso. Ainda assim estarei aqui!