Esta terça-feira (2) o New York Times faz o resumo dos primeiros cem dias da administração Trump no que diz respeito às políticas ambientais. Boa parte das ordens executivas assinadas no período inicial do mandato de Donald Trump visaram justamente a proteção ambiental, quer revogando medidas aprovadas pela administração Obama, quer legislando a favor dos interesses das empresas ligadas à exploração de petróleo e gás.
O diário novaiorquino destaca 23 medidas com impacto no ambiente, como a aprovação dos mega-oleodutos Dakota Access e Keystone XS, ambos atrasados por ação da administração anterior. Também a lei que impedia a indústria mineira de lançar resíduos para cursos de água locais foi revogada pelo Congresso com a aprovação do Presidente.
Entre outras medidas dos primeiros cem dias está a recusa de proibir um inseticida da Dow Agrosciences, que os estudos da Agência de Proteção Ambiental apontavam como potencial causador de riscos para o cérebro dos fetos e desenvolvimento do sistema nervoso. Trump assinou ainda a lei do Congresso para acabar com a proibição de caça a animais predadores, como lobos e ursos, nas zonas protegidas no Alasca.
A menção obrigatória dos potenciais efeitos climáticos dos gases com efeito de estufa nos estudos de impacto ambiental elaborados por agências federais foi igualmente revogada por Trump. Entre as medidas da administração Obama que Trump colocou sob revisão está o Plano Energia Limpa, que estabelecia limites às emissões de dióxido de carbono às centrais elétricas a carvão e gás e outra que limitava as descargas de produtos tóxicos destas centrais nos cursos de água.
A limitação das emissões de metano e outros poluentes tóxicos por parte das novas instalações de perfuração de prospeção de petróleo e gás também fazem parte da lista de medidas a rever, bem como o dispositivo que permite ao Presidente declarar uma zona como monumento nacional, aumentando a proteção ambiental, como fez Obama em milhões de quilómetros quadrados de terra e oceano. A proibição decretada por Obama de perfuração offshore no Atlântico Norte e no Alasca está também à beira de ser revogada.
Entre as medidas aprovadas que podem ir parar à gaveta por inação da Casa Branca ou da justiça estão o plano para modernizar a rede viária e os edifícios federais tendo em conta a eficiência ambiental e mitigando os impactos para as alterações climáticas, o limite às emissões de mercúrio por parte das centrais elétricas, o aumento da segurança nas fábricas de produtos químicos, a tentativa de combater a manipulação de preços da energia, a obrigação dos fabricantes de pneus informarem os consumidores sobre a sua eficiência no consumo de combustível ou a limitação das emissões de metano nas terras públicas.
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Fonte: Esquerda.net