Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port./Esp.)
O governo de Mauricio Macri se caracterizou por mostrar sempre uma realidade paralela.
Quando tentava chegar ao poder, a economia estava bem, mas ele e seus acólitos, diante dos argentinos, insistiam em que estava mal.
Foi essa economia saneada, a que lhe permitiu endividar o país com os credores externos.
Agora que os indicativos econômicos mostram um país falidos, com sua indústria paralisada e com uma inflação que superará amplamente o 60% anual, Macri e seus operadores querem nos convencer de que está tudo bem.
Não será fácil convencer a população que perdeu o emprego, ou os que trabalhando não conseguem pagar o aluguel, os serviços, impostos e alimentos.
A manobra criminosa com a que levou premeditadamente a Bolsa argentina a perder milhões de pesos para destruir o preço das ações de empresas argentinas nos Estados Unidos não deve se ver de forma isolada, mas no conjunto de ações tendentes a destruir o empresariado nacional com ajuda do Poder Judiciário corrupto, inventando causas judiciais, torturando psicologicamente empresários e extorquindo suas famílias.
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Tampouco podemos deixar de perceber que, nos últimos dias, Macri tomou medidas que agravam a crise que ele gerou: quebrou a cadeia de pagamentos dos empresários argentinos quando travou o pagamento de letras do Tesouro; desfinanciou o Estado nacional e a as províncias reduzindo o IVA (imposto ao valor agregado) a os alimentos de primeira necessidade; e está destruindo o Fundo de Garantia de Sustentabilidade que garante o pagamento das futuras aposentadorias.
A brutal desvalorização organizada pelo governo de Macri e seus amigos banqueiros produziu um incremento fora do comum em alimentos e outros bens porque o governo tinha amarrado ao dólar o preço dos alimentos exportáveis, combustíveis, pedágios e das tarifas da energia, como se os argentinos recebêssemos nossos salários nessa moeda.
Os alimentos no último mês sofreram aumentos de entre 20 e 40%, o que fez com que um prato de comida para muitos argentinos seja um bem inatingível.
Ao mesmo tempo que numa coletiva de imprensa o presidente anunciava que tirariam o imposto IVA aos alimentos de primeira necessidade, o governo adiava o pagamento das Pensões Universais por Filho (AUH), uma ajuda econômica para crianças e adolescentes cujos pais não recebem nenhum salário. Muitos deles ainda não receberam julho, somando mais dramatismo à situação precária em que já vivem.
As províncias do sul do país estão com sérios problemas para pagarem salários para seus trabalhadores (médicos, enfermeiras, policiais, docentes e funcionários da administração pública).
O plano de Mauricio Macri é deixar terra arrasada para o próximo governo, dilapidando as reservas do Banco Central da República Argentina, incrementando a pobreza e gerando conflitos sociais que são violentamente reprimidos.
Na multimilionária cidade de Buenos Aires, cuja arrecadação supera as grandes cidades europeias por quase o dobro, se nota o aumento da quantidade de pessoas sem emprego e sem teto. Já não dá para seguir enfeitando com plantas e mobiliário urbano para dissimular o exército de pobres que deambula pelas zonas comerciais procurando papelão para vendê-los e assim ganhar uns pesos para conseguir comer.
Mauricio Macri e seus sócios, María Eugenia Vidal na província de Buenos Aires, e Horacio Rodríguez Larreta na Cidade Autônoma de Buenos Aires, estão acelerando o processo de destruição porque sabem que vão embora.
Crianças intoxicadas por comida em mal estado nas escolas, ou os que desmaiam de fome nas segundas-feiras de manhã, são o melhor indicativo de como gere o impiedoso governo que, desde sua chegada, exercita sua pedagogia da violência contra os mais fracos: crianças, pessoas com deficiência e idosos.
Alguns analistas tratam esse governo com excessiva generosidade e dizem que Mauricio Macri não sabe como resolver a crise que criou. Porém, eu acho o contrário. Sabe muito bem que está agravando a crise, e está enriquecendo de jeito fabuloso com ela, seja através das comissões que pagam os bancos estrangeiros a cada vez que toma dívida pública; ou pelos negócios que realiza com suas empresas enquanto destrói o Estado argentino.
Mauricio Macri sabe como fazer dano, e agora que sabe que vai embora, acelerou o processo vertiginosamente. Na semana passada, assinou um decreto que modifica a lei de Resíduos Perigosos. No nosso país, é ilegal modificar uma lei com um decreto presidencial, coisa que ele já fez várias vezes.
Com esta modificação, se permite o ingresso de “substâncias e objetos”, procedentes de outros países que possam ser utilizados para outras finalidades ou para os que exista um mercado ou procura específica e o mais grave: elimina o requisito de inocuidade e periculosidade de origem.
A importação de lixo, além dos danos ambientais, provocaria entre outras coisas, uma baixa significativa no preço dos materiais recicláveis, aqueles que por enquanto, permitem a paupérrima renda que garante um prato de comida às pessoas mais empobrecidas.
Aqui, não vejo erros, mas uma sequência exitosa de medidas organizadas por funcionários e operadores políticos que depois são defendidas por operadores mediáticos, tendentes à acumulação financeira dos mais ricos e das corporações estrangeiras, que passarão a cobrar a dívida levando embora um pedaço da Argentina, tal como Macri prometeu.
É um ataque conjunto de ação psicológica e econômica sobre uma população indefensa que não tem como se proteger e o objetivo é político: condicionar o novo governo para que se veja obrigado a fazer concessões políticas aos credores.
O plano de Mauricio Macri, não é de Macri. É o plano do banco J. P. Morgan, desde o início.
En fin de mandato, Macri importa hasta residuos tóxicos
Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
El gobierno de Mauricio Macri se caracterizó por mostrar siempre una realidad paralela.
Cuando intentaba llegar al poder, la economía estaba bien, pero él y sus acólitos, ante los argentinos, insistían en que estaba mal.
Fue esa economía saneada, la que le permitió endeudar al país con los acreedores externos.
Ahora que los indicadores económicos muestran un país en bancarrota, con su industria paralizada y con una inflación que superará largamente el 60% anual, Macri y sus operadores quieren convencernos de que todo está bien.
No le será fácil convencer a la población que ha perdido el trabajo, o los que trabajando, no pueden pagar el alquiler, los servicios, impuestos y alimentos.
La maniobra delictiva con la que llevó intencionalmente a la Bolsa argentina a perder millones de pesos para destruir el precio de las acciones de empresas argentinas en Estados Unidos, no debe verse aislada, sino en el conjunto de acciones tendientes a destruir al empresariado nacional y que vienen llevándose a cabo con ayuda del poder judicial corrupto, inventando causas judiciales, torturando psicológicamente a empresarios y extorsionando a sus familias.
Tampoco puede dejar de notarse que Macri en los últimos días, tomó medidas que agravan la crisis que él generó: rompió la cadena de pagos de los empresarios argentinos al trabar el pago de letras del Tesoro; desfinanció al Estado nacional y a las provincias al rebajar el IVA (impuesto al valor agregado) a los alimentos de primera necesidad; y está destruyendo el Fondo de Garantía de Sustentabilidad que garantiza el pago de las futuras jubilaciones.
La brutal devaluación organizada por el gobierno de Macri y sus amigos banqueros, produjo un incremento descomunal en alimentos y otros bienes, ya que el gobierno había atado el precio de alimentos exportables, combustibles, peajes y de tarifas de energía al del dólar, como si los argentinos cobráramos en esa moneda nuestros sueldos.
Los alimentos en el último mes sufrieron un incremento de entre el 20 y el 40%, lo que hizo que un plato de comida para muchos argentinos sea un bien inalcanzable.
Al mismo tiempo que por conferencia de prensa el presidente anunciaba que iban a quitarle el IVA a los alimentos de primera necesidad, el gobierno aplazaba el pago de las Asignaciones Universales por Hijo (AUH) una ayuda económica para niños y adolescentes cuyos padres no perciben ningún salario. Muchos de ellos aún no cobraron la correspondiente al mes de julio, sumando más dramatismo a la situación precaria en que ya vivían.
Las provincias del sur del país, están con serios problemas para pagar salarios a su personal (médicos, enfermeras, policías, docentes y empleados de administración pública).
El plan de Mauricio Macri es dejar tierra arrasada para el próximo gobierno, dilapidando las reservas del Banco Central de la República Argentina, incrementando la pobreza y generando conflictos sociales que son violentamente reprimidos.
En la multimillonaria ciudad de Buenos Aires, cuya recaudación supera por casi el doble a las grandes ciudades europeas, el aumento de la cantidad de personas sin trabajo y sin techo se hace notar. Ya no pueden seguir poniendo plantas y mobiliario urbano para disimular el ejército de pobres que deambula por las zonas comerciales en busca de cartones para poder venderlos y así, ganar unos pesos para poder comer.
Mauricio Macri y sus socios, María Eugenia Vidal en la provincia de Buenos Aires, y Horacio Rodríguez Larreta en la Ciudad Autónoma de Buenos Aires, están acelerando el proceso de destrucción, porque saben que se van.
Niños intoxicados por comida en mal estado en las escuelas; o los que se desmayan de hambre los días lunes por la mañana, son el mejor indicador de cómo gestiona el impiadoso gobierno que, desde su llegada, ejercita su pedagogía de la violencia contra los más débiles: niños, discapacitados y ancianos.
Algunos analistas tratan con exacerbada generosidad a este gobierno, y dicen que Mauricio Macri no sabe cómo resolver la crisis que creó. Sin embargo, yo creo lo contrario. Sabe muy bien que está agravando la crisis, y se está enriqueciendo de manera fabulosa con ella, ya sea con las comisiones que pagan los bancos extranjeros cada vez que toma deuda pública; o por los negocios que realiza con sus empresas mientras destruye al Estado argentino.
Mauricio Macri sabe cómo hacer daño, y ahora que sabe que se va, aceleró el proceso vertiginosamente. La semana pasada firmó un decreto que modifica la ley de Residuos Peligrosos. En nuestro país, es ilegal modificar una ley con un decreto presidencial, pero esto ya lo ha hecho varias veces.
Con esta modificación, se permite el ingreso de “sustancias y objetos”, procedentes de otros países, que puedan ser utilizados para otras finalidades o para los que exista un mercado o demanda específica y lo más grave: elimina el requisito de inocuidad y peligrosidad de origen.
La importación de residuos importados, además de los daños ambientales, provocaría entre otras cosas, una baja significativa en el precio de los materiales reciclables, ese que por ahora, le permite el paupérrimo ingreso que garantiza un plato de comida a los más pobres.
Aquí, no veo errores sino una sucesión exitosa de medidas organizadas por funcionarios y operadores políticos que luego son defendidas por operadores mediáticos, tendientes a la acumulación financiera de los más ricos y de las corporaciones extranjeras, que pasarán a cobrar la deuda llevándose un pedazo de la Argentina, tal como Macri les prometió.
Es un ataque conjunto de acción psicológica y económica sobre una población indefensa que no tiene manera de protegerse y el objetivo es político: condicionar al nuevo gobierno para que deba hacer concesiones políticas a los acreedores.
El plan de Mauricio Macri, no es de Macri. Es el plan de la banca J. P. Morgan, desde el principio.
[avatar user=”Debora Mabaires” size=”thumbnail” align=”left” link=”attachment” target=”_blank” /]Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.
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