“No Brasil de Bolsonaro, neonazistas estão visíveis e descomplexados”, diz Le Monde

Jovem de 24 anos comemorou aniversário com bolo estampado com o rosto de Hitler. Foto: Reprodução redes sociais

DCM.- O Le Monde diz que “no Brasil de Jair Bolsonaro” os neonazistas “estão visíveis e descomplexados”. Segundo o jornal, cada vez mais eles estão se expondo e os “escândalos envolvendo admiradores do Terceiro Reich” cresceram.  O texto é do correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Bruno Meyerfeld. Ele alerta sobre a emergência do movimento no país.

O jornalista cita o caso que viralizou nas redes da jovem de 24 anos que comemorou seu aniversário com um bolo com o rosto de Adolf Hitler estampado. “O incidente está longe de ser isolado”, afirma Meyerfeld.

Cita outros casos, como um homem em Minas Gerais com suástica no braço em 2019. A bandeira nazista em janela do prédio em Santa Catarina. Também o homossexual espancado em Belo Horizonte e deixado inconsciente com uma suástica desenhada na testa.

Lembra ainda do candidato do Partido Liberal, que lançou candidato o professor conhecido por piscina com suástica. Também do pai da governadora interina de Santa Catarina, Daniela Renehr, que é negacionista do holocausto.

“Ponta do iceberg”, diz jornalista sobre os casos de neonazistas

Para Meyerfeld, esses casos são “somente a ponta do iceberg”. Ele cita a pesquisadora e antropóloga Adriana Dias. Ela é especialista em movimentos neonazistas e cita que a quantidade de “células neonazistas” no país passou de 75 a 530 entre 2015 e 2021. “500 mil brasileiros seriam consumidores de produtos relacionados ao 3° Reich”, diz.

O jornalista do Le Monde lembra ainda de levantamento da ONG Safernet, que registrou, no mesmo período, aumento de 600% de denúncias por apologia ao nazismo na internet. O texto cita também o professor de História contemporânea, Odilon Caldeira Neto. Segundo ele, os neonazistas brasileiros se sentem mais livres para se expressarem, sobretudo com a normalização da classificação do presidente como um “nazista”, “negacionista”, “genocida”, por seus opositores.

Justifica que os extremistas brasileiros se sentem legitimados por um presidente qualificado de “homofóbico, racista e que faz o culto da ditadura e da violência”. “De certa forma, ele é compatível com os ideais” desses extremistas, conclui, em entrevista.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.