Durante todo o mês de fevereiro o povo da Nicarágua homenageia os oitenta anos da morte de Augusto Calderón Sandino. O líder revolucionário lutou contra a ocupação e intervenção americana que imperava na Nicarágua na década de 20 e foi assassinato por mercenários, a mando de seu opositor, Anastasio Somoza.
O Governo Nicaraguense organizou na última sexta-feira um ato oficial na Praça da Revolução que contou com a participação do Chanceler da Venezuela, Elías Antonio Jaua, que afirmou sua admiração pelo líder nicaraguense e declarou “Não podíamos deixar de estar aqui, apesar das circunstâncias. Como não estar aqui para comemorar o sacrifício de um bolivariano como Augusto Calderon Sandino. Nos sentimos honrados de poder estar nessa praça, onde tantas vezes estivemos com nosso Comandante Hugo Chávez, sentimos um mar de sentimentos porque é tanta história, tanta recordação”.
Segundo o jornal “El Nuevo Diario”, Jovens militantes do movimento Sandinista organizam durante o mês de fevereiro passeatas e manifestações pelas principais vias da Capital de Nicarágua para homenagear Sandino. Além das manifestações populares, o Instituto Nicareguense de Cultura, também homenageia o “General dos homens livres” com uma exposição documental sobre o vida e o legado de Sandino.
História
No inicio do século 20, as regiões da América Central passavam por momentos de transformações políticas que visavam acabar com o poder das elites locais e pretendiam a formação de várias nações independentes. Nesse contexto, surge o camponês Sandino que se destaca ao se declarar contra a ocupação dos Estados Unidos na Nicarágua. Sandino passa a liderar um grupo revolucionário contra a intervenção imperialista americana.
Sandino liderou guerrilhas para a saída dos militares dos Estados Unidos e defendeu a realização de um projeto de distribuição de terras. O império americano sofreu a sua primeira grande derrota no século 20 por conta da façanha do líder revolucionário Sandino que conseguiu transformar o seu exercito, que inicialmente era de apenas 30 homens, em nove mil soldados, entre homens e mulheres.
Segundo o historiador e sociólogo, Carlos Midence, o que torna a saga de Sandino mais interessante é o fato do líder, que apesar de não ser militar, se revelar um grande estrategista de guerra, ao ponto de conseguir organizar com êxito um exército de defesa da Soberania Nacional da Nicarágua contra as forças imperialistas americanas da época. Para Midence “Sandino se tornou o maior símbolo da identidade, da resistência, da rebeldia, da troca e da revolução na Nicarágua, na América Central e na nossa América”.
Fonte: Adital
Foto: Ilustração