Navio com ativistas pró-palestinos se dirige a Gaza

Dez ativistas se dirigem a Gaza abordo do navio francês Dignite em representação de toda a flotilha que não pôde partir.

Por Amira Hass.

De algum lugar no Mediterrâneo-No sábado à noite um navio deixou as águas territoriais gregas rumo a Gaza. Seus 10 participantes se consideram representantes de toda a flotilha a Gaza que não conseguiu zarpar e estão determinados a extinguir todas as possibilidades para chegar ao seu destino, ou pelo menos realizar o ato simbólico de protestar contra o bloqueio. Estão completamente cientes das dimensões liliputianas da sua empreitada se comparada com o impacto massivo que os organizadores tinham planejado ter com a flotilha de 10 embarcações inicialmente. Portanto, não sofreram o mesmo destino dos outros oito navios que deviam navegar desde portos gregos, mas foram impedidos pelas autoridades gregas.

Na quarta-feira passada Karama deixou o porto de Sitia em Creta, onde tinha ficado ancorado durante uma semana, esperando os outros navios em vão. Uma vez que ficou claro que a Grécia, sob forte pressão israelense, não permitiria que todos os navios zarpassem, aos passageiros que ficaram –três franceses e um tunesino- se uniram de outras delegações: um grego, um sueco e um canadense e mais três ativistas que chegaram da França. Abordo também tem três membros da tripulação e  três jornalistas de Al Jazeera e Haaretz.

A decisão de continuar com a missão de navegar a Gaza não foi bem-vinda automaticamente pelas outras delegações ou pela coordenação da flotilha. Alguns preferiram terminar com a campanha oficialmente. Os integrantes do Karama passaram longas horas negociando e convencendo os outros.

Na quinta-feira à noite o Karama chegou à ilha Kastellorizo ao leste da Grécia par abastecer e encontrar outros delgados da França. A história de Kastellorizo está ligada a Gaza: durante a Segunda Guerra Mundial, depois de ter sido ocupada pelo britânicos e com medo dos ataques alemães, alguns dos habitants fugiram para Gaza e ficaram na Palestina por alguns anos. Isto fez com que os habitantes da ilha e seu pequeno porto fossem especialmente hospitaleiros com o navio e a sua missão.

Três dos passageiros já tinham navegado a Gaza na flotilha do ano passado. Um deles, o sociólogo grego Vangelis Pissias, diz que quando esteve preso em Ashdod no ano passado foi espancado pelas forças de segurança israelenses. Abordo também se encontra pela segunda vez Dror Feiler, o sueco nascido em Israel e diretor de ‘Judeus Europeus por uma Paz Justa”.

Claude L’Eostic, um dos organizadores franceses da flotilha e ativista veterano das causas palestinas, disse que mesmo a viagem num iate diminuto era a melhor forma de expor a política israelense de  bloquear Gaza e de mostrar a sua ilegitimidade.

 

Versão em português: Tali Feld Gleiser.

Foto: Amira Hass.

haaretz.com

 

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