O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, retirou o sigilo das conversas entre procuradores da Operação Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro.
O conteúdo de novos diálogos foi incluído nesta segunda-feira (1º/2) no processo pela defesa de Lula.
Uma outra parte dos diálogos já tinha vindo a público na semana passada pela Veja e revelava Moro, entre outros absurdos, orientando os procuradores sobre como apresentar a denúncia no caso do triplex do Guarujá.
Num trecho, Dallagnol faz o elogio do grande líder:
Deltan – E parabéns pelo imenso apoio público hoje. Você hoje não é mais apenas um juiz, mas um grande líder brasileiro (ainda que isso não tenha sido buscado). Seus sinais conduzirão multidões, inclusive para reformas de que o Brasil precisa, nos sistemas político e de justiça criminal. Sei que vê isso como uma grande responsabilidade e fico contente porque todos conhecemos sua competência, equilíbrio e dedicação.
Moro – 22:31:53 – Fiz uma manifestação oficial. Parabens a todos nós.
Moro – 22:48:46 – Ainda desconfio muito de nossa capacidade institucional de limpar o congresso. O melhor seria o Deltan – congresso se autolimpar mas isso nao está no horizonte. E nao sei se o stf tem força suficiente para processar e condenar tantos e tao poderosos.
Em 11 de março de 2016, há uma conversa sobre o levantamento do sigilo de relatório da PF sobre bens de Lula encontrados em depósito do Banco do Brasil.
“Temos receio da nomeação de Lula [para a Casa Civil] sair na segunda e não podermos mais levantar o sigilo”, diz Dallagnol.
O ex-juiz responde: “Bem, já despachei para levantar. Mas não vou liberar chave aqui para não me expôr. Fica a responsabilidade de vocês”.
A história virou o escândalo do “cofre” de Lula.