Washington Post fala em grande traição de Trump contra Bolsonaro
No caso da taxação do alumínio e aço brasileiro, o jornal norte-americano classificou o ato como uma “chicotada política’‘ e que as relações com o presidente americano, que está concorrendo reeleição nos EUA, tem seus limites. A análise é do The Washington Post.
Não adiantou o I Love You para o Trump, nem liberar a entrada de trigo norte-americano no Brasil, nem comprar briga dos americanos contra Cuba, a favor de Israel na ONU, as relações com Trump, mostram que o presidente americano vai privilegiar os americanos em primeiro lugar a seus aliados “subalternos” como o Brasil, que entregou tanto e recebeu pouco ou quase nada em troca, como analisou Jamil Chade no UOL.
A reportagem do Washington Post, assinados por David Nakamura e Anne Gearan, o jornal chama o ato de taxar o alumínio e aço brasileiro, como uma “grande traição” e que o “tipo de chicotada que outros líderes mundiais” também sentiram”, apontando o caso do Ministro sul-coreano e japonês.
“Para Bolsonaro, um líder de extrema direita que modelou sua campanha depois da de Trump e procurou agressivamente se agraciar com a Casa Branca, as tarifas representaram uma verificação embaraçosa da realidade em sua estratégia de apostar na política externa de seu governo em grande parte na boa química pessoal com um presidente que anseia por validação – mas que vê virtualmente todos os relacionamentos como transacionais e, potencialmente, descartáveis”, diz ainda o jornal norte-americano.
Ouvido pela reportagem, Fernando Cutz, especialista que atuou no Conselho de Segurança dos Estados Unidos, diz que Trump vê os relacionamentos com líderes de outros países como descartáveis.
“Eu não acho que o Brasil não havia entendido isso, mas talvez eles entendam agora. Acho que foi uma surpresa grande para o sistema político do Brasil e seu povo. Eles realmente vêem Bolsonaro como um amigo próximo do presidente. E isso revela uma traição muito forte”, diz.
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