Por Fernando Brito.
A capa da Veja deste final de semana parece revelar o que pretendia o juiz Sérgio Moro, ontem, ao apresentar-se espontaneamente para defender Michel Temer do que chamou de “ameaças e extorsões” de Eduardo Cunha contra o ocupante da presidência.
A revista, porta-voz oficioso da Lava Jato, registra que Temer dá vários passos para “estancar” a Operação no Supremo e, com isso, salvar a pele da turma que está hoje no poder, inclusive a dele próprio.
O despacho de Moro, dizendo que não admitirá, em Curitiba, sequer “insinuações” contra o presidente pode ser lido como um “o senhor cuida do Supremo e que garanto Curitiba”.
Moro só quer Lula e descarta, com seu perdão, quaisquer outros para conseguir chegar a ele.
Tudo o mais foram meios.
Aniquilar e desmoralizar o Supremo não o desagrada, porque evitar que, na parte do butim da corrupção que o anima, ainda evitará que os abusos que pratica possam ser revertidos por qualquer resto de legalismo que sobreviva na corte suprema.
Os procuradores da “Força Tarefa” talvez não se incomodem muito que Rodrigo Janot tenha o mesmo destino e seja “executado” a médio prazo, com a não recondução ao cargo.
Uma investigação marcada pela política desde o início não poderia ter senão, também, um final político.
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Fonte: Tijolaço.