Jornal GGN – O governo brasileiro saiu em defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a reunião extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Em sua coluna no portal UOL, o jornalista Jamil Chade explica que o governo brasileiro não só não dirigiu palavras de consolo à família de George Floyd, morto por um policial branco nos Estados Unidos (e o evento que impulsionou o encontro na ONU), como não abordou os protestos contra o racismo, preferindo indicar a necessidade de se reconhecer o papel da polícia.
Em um discurso com frases vazias, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, disse que o racismo “não é exclusivo a nenhuma região específica” e que “nenhum país deve ser singularizado nesse aspecto”. Maria Nazareth também adotou uma postura de reconhecimento da polícia, algo que foi criticado em praticamente todos os outros discursos.
Já os países africanos propuseram que o encontro da ONU fosse finalizado com a abertura de uma comissão para investigar os crimes cometidos nos Estados Unidos e em outros países em situação semelhante, mas a resistência do Ocidente em aceitar a proposta adiou o processo, uma vez que os aliados dos norte-americanos (entre eles o Brasil) dizem não haver motivo para singularizar apenas uma nação, e que uma resolução deveria apresentar apenas considerações gerais.
O governo brasileiro não aderiu a uma declaração conjunta elaborada por diversos países latino-americanos, que alertaram que o estado possui “responsabilidades” diante de crimes. Liderado por Argentina, México e Uruguai, o grupo também criticou o “abuso de força policial” e pediu que o diálogo entre governos e sociedade civil seja estabelecido.
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