Por Marlei Grolli e Daisy Schio.
O jornal Diário Catarinense, nesta quarta-feira (10), lançou em sua capa uma montagem com requintes de sordidez e crueldade. Desde a diagramação até o conteúdo final, tudo conspira para incutir na cabeça das pessoas que o afastamento da presidenta da República, Dilma Rousseff, tem a ver com toda corrupção descoberta no país nos últimos anos. Corrupção, esta, que os governos no Partido dos Trabalhadores (PT) ajudaram a descobrir, dando liberdade aos órgãos de investigação, como Ministério Público e Polícia Federal para investigar. Na capa do periódico, tem diversos nomes escritos, entre eles está o famoso grupo Almeida Junior, focado no ramo de shopping centers, que nunca foi citado em nenhuma investigação.
Todos sabem ou deveriam saber que o motivo verdadeiro do afastamento da Dilma são atos administrativos pelos quais nenhum presidente, governador ou prefeito foi punido sequer com uma advertência. No entanto, a grande mídia, que tem trabalhado incansavelmente para legitimar algo que não tem sustentabilidade jurídica e na pressa em condenar e disseminar o ódio ao PT, aos movimentos sociais e sindicais, cometeu este equívoco que pode manchar o nome de uma empresa.
O fato gerou inúmeros pedidos de desculpas, na capa do jornal de hoje e no telejornal da RBS – emissora afiliada da Rede Globo, que usa uma concessão pública para trabalhar a favor do golpe de Estado e de interesses próprios. Desta vez, o empresário do grande grupo, que tem influência, conseguiu que os monopólios da mídia se retratassem com amplitude, maior até do que foi a ofensa. E se fosse um cidadão comum? E a Dilma? Receberá o direito de resposta?
Poucos se lembram de um episódio que se tornou famoso no país, o caso Escola Base, onde a Rede Globo chamou de pedófilos os donos da Escola de Educação Infantil Base, na zona sul de São Paulo. Eles foram julgados e condenados pela grande mídia sem ao menos ter a chance de defesa. As acusações logo ruíram e todos os indícios foram apontados como inverídicos e infundados, mas era tarde demais para os quatros inocentados, pois a opinião pública também condenou Icushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada, Mauricio Alvarenga e Paula Milhim Alvarenga ao ponto de terem suas vidas devastadas, perseguidas por outras pessoas movidas pela imprensa mentirosa.
Passados 18 anos, a vida da família, que era inocente das acusações continua destruída. A imprensa tem o poder de mudar a vida das pessoas para melhor, mas também tem o poder de destruir quando é feita de uma forma criminosa como a RBS e Rede Globo vem fazendo.
Imagem: Blog do Planalto
Fonte: PT/SC via e-mail