Por Daniele Bragança.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), saiu hoje em defesa da agenda do ambiental do governo e afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que os jornalistas estrangeiros vão até Manaus, no Amazonas, para conhecer… a Mata Atlântica.
“Hoje nós mostramos um mapa [na reunião com investidores estrangeiros], que ficou muito claro para eles, né? onde estava preservado… o tamanho, a dimensão que é toda a Amazônia, o que representa pro Brasil… Nós temos hoje, se você for chegar em Manaus e pousar, e se você quiser pedir um avião. “Ah, eu quero aqui ver Mata Atlântica”, você fica ali três horas sem parar vendo Mata Atlântica atrás de Mata Atlântica. Mas também se você quiser fazer o que muitos jornalistas fazem no exterior, alguns artistas, “Ah, eu quero ver aqui queimadas”, também tem. Ele vai mostrar ali a região onde tem algumas queimadas que, no total da Amazônia 87%. Nós tínhamos 87% de Mata Atlântica e 13 de queimadas”, discursou.
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Um vídeo de 2 minutos com parte da fala viralizou nos grupos ambientais e nas redes sociais.
#Comunicando #Pérolas – “Sobrevoando a Amazônia, em 3 hrs de vôo vc só vê Mata Atlantica”(…) “A Amazonia é 87% Mata Atlantica e 13% queimadas” (…) “Tudo q o Brasil produz e exporta não entra na Amazônia, e isso eles não sabiam”. Eu tb não. É o nosso Ministro das Comunicações. pic.twitter.com/Hgwmg1HmwB
— Caetano Scannavino (@caetanosca) July 10, 2020
A Mata Atlântica é um bioma que se distribui ao longo da costa do país, atingindo áreas de 17 estados. “Hoje tem devastado 88% da área original da Mata Atlântica”, explica Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica.
Nesta quinta-feira (09), um grupo de ministros se reuniu com investidores estrangeiros para explicar as políticas que o país tem colocado em prática para conter a devastação da Amazônia. Em coletiva logo em seguida da reunião, o vice-presidente, Hamilton Mourão, defendeu a política adotada pelo governo e disse que confia no trabalho de Salles no Ministério do Meio Ambiente.
“A política traçada pelo governo do presidente Bolsonaro e executada pelo ministro Ricardo Salles é muito clara: ele coloca que proteger e preservar não vai ocorrer se nós não nos desenvolvermos. São aspectos que tem que andar juntos”, disse Mourão.
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