A história da arte até meados do século XX não se debruça com grande interesse sobre a produção de artistas mulheres. Quando se trata da história da arte brasileira, essa “ausência” das mulheres é ainda mais profunda. Conforme Maria Arminda do Nascimento Arruda, “foi somente a partir do Modernismo que, como é amplamente reconhecida, a presença feminina foi vista como relevante. Até então, a história das artes entre nós não havia registrado a existência de mulheres artistas que se distinguiram ou mereceram tratamento crítico nos moldes daqueles devotados aos trabalhos produzidos por homens.”
O que acontece na história da arte também ocorre, em larga medida, na história social. Foi somente em fins do século XIX e início do XX que as mulheres passaram – com muito esforço – a ser reconhecidas como agentes políticos. O nascimento do Dia Internacional da Mulher (08 de março) é resultado dessas lutas femininas por reconhecimento. A ideia de se marcar um Dia Internacional das Mulheres surgiu pela primeira vez em um evento que reuniu mulheres socialistas de todo o mundo em 1910, na Dinamarca.
Além desse congresso, outros acontecimentos do mundo do trabalho ocorridos no início do século XX, como greves, movimentos e revoluções, todos com ampla participação feminina, foram importantes para que chegasse a essa data marcante, que posteriormente foi incorporada pelas Nações Unidas como um dia internacional para se recordar das lutas das mulheres por direitos e por espaço na sociedade.
Se hoje já é impossível ignorar que as mulheres são agentes de todas as transformações da história humana, ainda falta o reconhecimento de suas ações em nossos monumentos, museus e livros de história. E a mesma situação se repete no mundo das artes. Embora invisibilizadas por séculos, as mulheres jogaram papel fundamental em todas as linguagens artísticas. Pouco a pouco, esse reconhecimento começa a ganhar espaço nos estudos sobre arte e nas instituições dedicadas à exibição do trabalho artístico.
Animada por essa convicção, a equipe de exposições do Museu Victor Meirelles está organizando, em alusão ao 08 de março deste ano de 2025, uma exposição de curta duração com obras produzidas por mulheres. A mostra pretende reunir o maior número possível de obras de mulheres artistas visuais, nos formatos pintura, desenho, escultura, gravura, audiovisual e fotografia.
As artistas interessadas podem enviar foto (em PDF), dimensão e suporte de uma obra de sua autoria, mais mini currículo (até 5 linhas) e foto pessoal (em JPEG) até o dia 05 de fevereiro de 2025 para o e-mail [email protected] com o assunto “08 de março”.
As obras inscritas serão analisadas pela equipe de exposições, que realizará a curadoria da exposição, buscando receber o maior número possível de trabalhos, considerado o espaço disponível, os suportes necessários e a qualidade artística.
As obras selecionadas serão recebidas na modalidade “empréstimo” (com assinatura de termo de empréstimo pela artista e pelo museu), por 35 dias, para compor a exposição de curta duração Arte: substantivo feminino, a ser inaugurada no dia 18 de fevereiro de 2025, ficando em cartaz até o dia 18 de março de 2025. Os custos de montagem, material de divulgação, convites e guarda das obras durante o período serão de responsabilidade do MVM.
Participe!
Viva o 08 de março!
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