Por Mariana Serafini.
As mulheres defendem que não se trata de ser “a favor ou contra” o aborto, e sim de ser “legal ou clandestino” porque as mulheres não deixam de interromper a gravidez devido a proibição. Devido às técnicas anacrônicas e pouco seguras, o aborto clandestino é uma das principais causas de morte materna na Argentina.
Com palavras de ordem como “sem aborto legal não há nem uma a menos” e “vivas e livres nos queremos”, as mulheres marcharam rumo à frente do parlamento argentino, onde o projeto está em debate.
A luta pelo aborto legal agora é uma das principais demandas do coletivo feminista Ni Uma Menos que já marcou presença em diversos países ao denunciar os casos de feminicídio na América Latina.
As sessões especiais do Parlamento para debater o projeto de aborto legal e seguro aconteceram ao longo do mês de maio e foram transmitidas pela internet e através da TV Pública da Câmara.
O projeto mais consistente foi apresentado pela Campanha Nacional de Direito ao Aborto e recebeu a assinatura de 71 debutados, mais do que a primeira tentativa de levar a discussão adiante realizada em 2006.
Na América Latina, o aborto só é permitido em qualquer situação em Cuba, no Uruguai e na Bolívia. Outros países têm legislação flexível, se a Argentina aprovar o projeto, entra para este time de nações avançadas que encaram a questão como saúde pública.