Contraf Brasil.- Na semana do Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, o coletivo das mulheres do campo do estado de Goiás, ocuparam a assembleia legislativa num ato político para denunciar a violência contra as mulheres e o descaso com dos Governos com a reforma agrária.
Num ato unificado, as mulheres devem entregar a pauta de reivindicações que dentre os itens também consta o pedido de regulamentação da Lei Estadual da Agricultura Familiar, desburocratização e liberação dos recursos do Pronaf Mulher e demais políticas específicas.
Ainda, as mulheres lembram que apesar da proposta da Reforma Previdenciária ter saído da pauta na Câmara dos Deputados, a medida pode ser retomada pelo Governo conservador caso haja a desmobilização. Portanto, os atos e protesto devem manter a resistência na luta contra a reforma da previdência.
A Fetraf Goiás participa das ocupações com mulheres agricultoras familiares de vários municípios.
Mulheres no Campo
No Brasil rural vivem mais de 14 milhões de mulheres. Pesquisas apontam que 45% do alimento produzido no campo são plantados e colhidos pelas mulheres, no entanto, na sua maioria, em condições precárias agravadas pela distância das áreas urbanas e dos serviços públicos. Mulheres rurais constituem mais de 25% da população mundial, e a maioria de 43% das mulheres representam a força de trabalho agrícola mundial.
As mulheres rurais são responsáveis, em grande parte, pela produção destinada ao autoconsumo familiar e contribuem com 42,4% do rendimento familiar. O índice é superior ao observado nas áreas urbanas, de 40,7%.
A diferença mundial de salário entre mulheres e homens se situa em 23%, nas áreas rurais pode chegar até 40%.
Violência
Os números crescem cada vez mais e um dos motivos é a injustiça e impunidade aos agressores. A cada dia, no Brasil, 11 mulheres são assassinadas, em média, vítimas de feminicídio, morte violenta de mulheres por razões de gênero.
Ainda, por hora 503 mulheres sofrem violência física e a cada 11 minutos 1 mulher é estuprada no Brasil, colocando o país no 5º lugar do Ranking de Violência contra as Mulheres.