Historicamente, as comunidades camponesas, quilombolas e indígenas foram as guardiãs de uma imensa variedade de plantas alimentícias, medicinais, ornamentais, entre outros usos. Foram estes povos os responsáveis por guardar, multiplicar e repassar, de geração em geração, os conhecimentos acerca da agrobiodiversidade.
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Devido à sua importância (gourmetização de certos alimentos, novos fármacos e cosméticos, cultivares resistentes a doenças e insetos etc.) e, principalmente, para se ter o controle sobre a biodiversidade, percebe-se um avanço voraz do capital sobre as sementes.
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Por isso, é necessário reafirmar que as sementes crioulas pertencem aos povos. Assim, o Movimento de Mulheres Camponesa (MMC Brasil) está lançando a campanha “SEMENTES DA RESISTÊNCIA: RUMO AO II CONGRESSO DO MMC”. A ação está articulada à Via Campesina Internacional, que está relançando a campanha “Sementes: patrimônio dos povos a serviço da humanidade”.
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O objetivo da campanha é resgatar e multiplicar variedades de sementes crioulas pelas mãos de mulheres das diferentes regiões do país. Um resgate que busca recuperar não apenas a planta em si, mas toda história que cada variedade possui, trazendo receitas, novas formas de preparo, informações sobre como cultivar, cuidar e multiplicar. Conhecimentos estes que favorecem a resiliência dos cultivos às mudanças climáticas, contribuindo com a preservação da biodiversidade e com a soberania alimentar dos povos.
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Acreditamos no poder transformador das sementes, que podem passar algum tempo escondidas, guardadas ou esquecidas, mas que, quando encontram uma terra fértil e úmida, são capazes de fazer a revolução: de germinar, crescer, florescer, frutificar e multiplicar!
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As sementes representam o elo entre o passado e o futuro. E nós temos a missão de cuidar das sementes, assim como devemos cuidar da nossa própria existência enquanto seres humanos.