Mulher indígena

Inspirado nas falas de Neusa Ñhandeva e Alenir Kaiowá proferidas durante o lançamento do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil.

Foto: Captura de tela

Por Roberto Liebgott, Cimi Sul-Equipe Porto Alegre.

Você é terra, água, você é sol e lua, o ar e o fogo, você é brisa, o calor da tarde e o crepúsculo do anoitecer.

Você é rosto, face de dor, de choro, da tristeza e melancolia, mas é alegria, sorriso lindo e largo de euforia.

Você é sangue derramado, alma que queima, é aquela que clama, grita por justiça, é voz de alerta das guerreiras e guerreiros a enfrentar a violência.

Você é corpo, é fibra, força, resistência, você é guardiã, protetora dos modos de ser e viver dos povos, é aquela que diz nenhuma gota de sangue a mais.

Você é mãe, seios que amamentam, alimentam, amparam, acolhem, sustentam as cosmologias e projetam os novos dias, de um futuro melhor para todas e todos.

Você é espírito das ancestralidades, dos que já passaram nessa dimensão, que se tornaram pontes e interligam os mundos guiando, alargando, pavimentando os caminhos.

Você é mulher, mãe, filha do útero da terra, você é sonho, é semente, broto, flor e fruto, você é facho de luz, raio de esperança, você dá sentido ao Bem Viver.

Porto Alegre, 20 de agosto de 2022.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.