O MST no estado do Pará emitiu na tarde de segunda-feira (20) uma nota para se solidarizar com a família do militante Waldomiro Costa Pereira, que foi assassinado esta madrugada no Hospital Geral de Parauapebas, no interior do estado. Waldomiro, que não participava no período recente de instâncias de direção do Movimento no estado, também era militante do Partido dos Trabalhadores e havia assumido um cargo de assessoria na Prefeitura da cidade.
O MST cobra que as investigações esclareçam o caso e alega que o clima de “recorrente impunidade” com casos de assassinatos de trabalhadores no Pará é um impulsionador de violências deste tipo. O MST reconhece o trabalho militante de Waldomiro, desde a ocupação que criou o assentamento 17 de abril, onde o militante se dedicava ao trabalho na agricultura. Confira a nota abaixo.
NOTA DE SOLIDARIEDADE
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem através desta prestar solidariedade a família e amigos de Waldomiro Costa Pereira, que foi assassinado na madrugada desta segunda-feira (20). Era militante do MST desde 1996, contribuindo durante um longo período na luta pela Reforma Agrária. Atualmente era assentado no Assentamento 17 de Abril, onde militou desde a ocupação. Atuava também como militante no Partido dos Trabalhadores.
Nos últimos períodos Waldomiro não estava participando das instâncias de direção do movimento Sem Terra, se dedicando ao lote onde vivia. Recentemente tinha assumido o cargo de assessor de gabinete da prefeitura de Parauapebas no governo de Darci Lermen (PMDB).
É com imensa tristeza que lamentamos sua morte e prestamos solidariedade a sua esposa, filhos e toda sua família neste momento de dor e indignação. O MST desconhece os motivos do assassinato. Como movimento de luta pela vida, repudiamos toda e qualquer forma de violência contra homens e mulheres. Este é mais um assassinato de trabalhadores no estado do Pará, em que o governo é culpado pela sua incompetência em cuidar da segurança da população e praticado em função da negligencia do estado em apurar e punir os crimes desta natureza. Há alto índice de impunidade que se tornou corriqueiro, bem como a ação de grupos de milícias criminosas.
Diante da execução sumária praticada por assassinos dentro do Hospital Geral de Parauapebas sobe vigilância das câmeras do hospital, esperamos que as autoridades tomem as providências necessárias para julgar tamanha brutalidade cometida por um estado de violência que representa a banalização da vida em nossa sociedade.
“Se calarmos, as pedras GRITARÃO!”
Coordenação Estadual do MST
Fonte: MST.