Buscando incorporar as discussões de gênero em suas pautas de luta, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) realizou um encontro com dezenas de jovens de várias regiões do país.
O seminário “O MST e a Diversidade Sexual” foi realizado entre os dias 7 e 9 de agosto, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP).
Segundo o Movimento, debater a questão da diversidade sexual “é quebrar o imaginário social de concepção da família tradicional que recai como o modelo legítimo e, assim, criar a possibilidade de vislumbrar um movimento social em que a sexualidade é fluída”.
Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), que registra os casos de assassinatos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) a partir de informações publicadas em jornais e enviadas por organizações não governamentais, um homossexual é morto a cada 28 horas no Brasil.
A gravidade da questão também é comprovada por levantamentos internacionais. No relatório da ONG Transgender Europe, por exemplo, o Brasil também lidera o ranking do assassinato de transexuais. Entre janeiro de 2008 e abril de 2013, foram 486 mortes.
Neste sentido, para Kelli Mafort, da coordenação nacional do Movimento, debater estas questões em um seminário é um marco histórico nos mais de 30 anos de organização.
“Esse encontro visibiliza o LGBT, sujeito da luta no campo. Esse é um passo fundamental no sentido de reconhecer que na nossa base social, na nossa militância e na direção política do Movimento eles estão presentes. E mais do que isso, demonstra uma postura concreta de luta contra a face conservadora que fortalece o racismo, a homofobia, o machismo e todo o tipo de preconceito. Por isso, esse é um marco histórico dentro do MST, é uma marcha que avança e que não pode retroceder”, enfatiza.
Foto: Reprodução/MST
Fonte: MST