MST ocupa Incra em Maceió

Por Gustavo Marinho.


Desde o início da manhã de ontem (7), cerca de 1000 trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra ocuparam o prédio da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro de Maceió. Vindos de todas as regiões do estado e Alagoas, os camponeses e camponesas exigem da superintendência a retomada dos acordos já firmados com o movimento na garantida de infraestruturas sociais e produtivas para as áreas de Reforma Agrária.

De acordo com José Roberto, da direção nacional do MST, a ocupação do Incra em Maceió com Sem Terra de todo o estado, demonstra a insatisfação dos camponeses com a paralisia da Reforma Agrária.

“Não temos hoje uma política séria para o campo e se a gente não fizer luta para pressionar pelo que é nosso por direito, eles serão cada vez mais negados para quem vive no campo”, destacou.

Segundo o dirigente, consequência de diversas lutas do MST no estado, uma agenda de atividades e ações do Incra para a resoluções de antigos problemas nas áreas de Reforma Agrária em Alagoas tinha sido firmada, mas nada avançou até o momento.

“Desde demanda de água nos acampamentos e assentamentos, estradas, demarcação topográfica e uma série de necessidades que nós temos em nossas áreas já são de conhecimento da superintendência e nossa vinda aqui é para reafirmar nossa disposição de defender uma vida digna no campo e fazer a cobrança da responsabilidade do Incra com todas essas pautas”.

Os 1000 Sem Terra montam acampamento no prédio do Incra, ocupando todos os andares onde funcionam os escritórios da superintendência, onde devem permanecer até terem respostas para as demandas apresentadas.

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“Esse governo quer acabar com a Reforma Agrária”

Durante a ação, os camponeses e camponesas também denunciam as ações do Governo Federal com a Reforma Agrária, em especial no que diz respeito à titulação dos assentamentos que apontam para um caminho de privatização das áreas. “Aqui fazemos a defesa da titulação em concessão de uso real nas áreas de assentamento, que dão segurança ao assentado e assentada para que ele viva em seu lote e que essa área seja garantia para os filhos e netos, sem endividar as famílias e responsabilizando o governo no cumprimento nas políticas públicas que viabilize os aspectos econômicos, sociais e produtivos das famílias, diferentemente do que defende o governo golpista de Temer”, disse José Roberto.

“A proposta do governo é acabar com a Reforma Agrária. Mais um golpe nos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, agora, em especial com os que vivem no campo, mas que trará consequências diretas para os que vivem na cidade. Por isso continuamos ocupando terra, fazendo luta e organizando nossa resistência”.

Fonte: MST.

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