Por Catiana Medeiros.
Na noite de sexta-feira (11), o MST doou meia tonelada de alimentos aos acadêmicos que ocupam prédios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em protesto contra a PEC 55 – antiga PEC 241, aprovada pela Câmara dos Deputados.
Os alimentos vêm da produção orgânica e colonial dos assentamentos da Reforma Agrária do estado e foram entregues para uma comissão de estudantes das ocupações dos prédios dos campi do Vale, Centro, Saúde e Olímpico, em Porto Alegre, durante caminhada contra medidas do governo Temer. As doações vão ajudar nas refeições de alunos de mais de 30 cursos da universidade, que também protestam contra o projeto Escola Sem Partido e a reforma do Ensino Médio.
Cedenir de Oliveira, da direção estadual do MST, explica que a iniciativa é uma forma de retribuir a solidariedade que as famílias Sem Terra receberam da socidade ao longo de seus 31 anos de história na luta por Reforma Agrária. Ele complementa que a doação de alimentos contribui para a resistência ao golpe do governo Temer (PMDB), que também retira direitos na área da educação.
“Neste atual estágio da luta política do país, os estudantes são um grande símbolo de resistência ao golpe. Nós sempre recebemos muita solidariedade, que nos deu a oportunidade de obter muitas conquistas, entre elas vários assentamentos. Agora, as famílias assentadas estão retribuindo com a doação de parte de seus alimentos para que a juventude possa continuar resistindo”, argumenta.
Cada ocupação recebeu um kit composto por arroz, feijão, leite em pó, suco de uva integral, cenoura, beterraba, couve, radiche, alface, cebola, temperos verdes, pães, bolachas, bolos, grostolis e roscas. A doação ocorreu ao final de uma marcha, organizada pela Frente Brasil Popular e outras organizações, contra a retirada de direitos dos trabalhadores.
Para Matheus Santos, acadêmico do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, a solidariedade que as ocupações estão recebendo de diversas organizações sociais “é muito gratificante e mostra o poder da unidade”.
“Não imaginávamos que tanta gente iria aderir a esta luta e nos ajudaria a permanecer nas ocupações. Essa solidariedade nos dá força e resistência para enfrentar as medidas desse governo. Estamos tentando transmitir à sociedade o que vai acontecer num futuro muito próximo, que é a quebra de tudo aquilo que foi conquistado ao longo dos últimos anos”, finaliza.
Fonte: MST.