Xokléng ocuparam sede do DSEI e reclamam que atual coordenador foi nomeado sem consulta à comunidade
Foto: Ascom – PR/SC
O Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF/SC) esteve se reuniu nessa quinta-feira, 9 de março, com o coordenador distrital de saúde indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena Interior Sul (DSEI Interior Sul), Gaspar Paschoal, e membros da comunidade indígena Xokléng de José Boiteux. Os indígenas ocuparam a sede do DSEI Interior Sul, em São José, requerendo a exoneração do coordenador distrital.
Os indígenas alegam que a nomeação do atual coordenador não foi precedida de consulta à comunidade. Além disso, foram relatados problemas com a demissão repentina de funcionários que cuidam da saúde indígena, contratados de forma terceirizada. Outra reclamação é a falta de orientação quanto a medidas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e de medicamentos (especialmente os de uso contínuo), assim como a impossibilidade de realizarem certos exames médicos, como ultrassom, tomografia e ressonância.
Os indígenas também relataram a falta de estrutura de saneamento básico nas aldeias, bem como problemas com o fornecimento de água. Eles reclamam ainda da falta de transparência na gestão do DSEI Interior Sul, tanto em relação à contratação de funcionários quanto à aquisição de veículos.
A procuradora da República Analúcia Hartmann entregou ao coordenador do DSEI um requerimento para a remessa de documentos referentes às reclamações dos indígenas, com prazo de 20 dias. O MPF vai instaurar um novo inquérito a partir desses documentos para apurar possíveis irregularidades.
O coordenador do DSEI se comprometeu a enviar uma equipe, na próxima segunda-feira, até a terra indígena para verificar a situação do abastecimento de água. Os Xokléng continuam a ocupação na sede do DSEI Interior Sul.
Imagens: Ivan Cima