Em 30 de janeiro de 2023, madeiras desabaram de um prédio em construção em Chapecó e atingiram uma escola infantil vizinha. O episódio aconteceu uma semana após uma jovem morrer devido à queda da parede de um prédio em cima da casa de oração onde ela estava.
Nesta quarta-feira (15), o Ministério Público recebeu pedido de investigação de um possível crime praticado pelos engenheiros responsáveis pela obra. A queda de materiais de construção desse prédio vinha sendo investigada pelo órgão desde o início do ano de 2022.
De acordo com o advogado da escola atingida, os engenheiros podem ter cometido o crime de desabamento, previsto no artigo 256 do Código Penal. Isso porque, horas antes a escola avisou a construtora que a rede de proteção do prédio estava enrolada, e mesmo assim os engenheiros deixaram de tomar providências para que o acidente não ocorresse.
O impacto dos materiais foi tão forte que a grade de ferro da janela da escola ficou retorcida. Cerca de vinte segundos antes, uma criança e uma professora passavam pelo local.
O documento, que agora está sob análise do MP, ainda menciona que os engenheiros civis responsáveis pela execução da obra, por dever profissional, conhecem dos riscos de uma obra. Cumpre a eles observar as normas de segurança. Mesmo prevendo que objetos poderiam vir a cair da construção e acertar os pedestres ou a escola infantil ao lado, os construtores não se importaram com a ocorrência de resultados indesejáveis, aceitando o risco.
Segundo a escola, “a construtora sempre priorizou que a obra andasse deixando as questões de segurança em segundo plano, deixando inúmeras vezes a escola vulnerável a acidentes colocando em risco seus colaboradores, alunos e pedestres”.